Abstenção reduz no segundo turno e chega a 18,59% em Passo Fundo 

Município registrou menos eleitores faltosos no domingo (30) em relação ao primeiro turno 

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Votos brancos e nulos somaram 3,1% entre os eleitores passo-fundenses. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)Votos brancos e nulos somaram 3,1% entre os eleitores passo-fundenses. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Votos brancos e nulos somaram 3,1% entre os eleitores passo-fundenses. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
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Com 149,7 mil eleitores aptos a votar durante as eleições gerais deste ano, Passo Fundo registrou uma redução no índice de abstenção no segundo turno, disputado no domingo (30), que reconduziu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República para o terceiro mandato e Eduardo Leite (PSDB) ao Palácio Piratini pelos próximos quatro anos.  

A partir da apuração integral das urnas eletrônicas nos 80 locais habilitados para o recebimento dos votos no município, o índice de faltosos foi reduzido para 18,59% em comparação aos 19,45% ou 29.151 eleitores que deixaram de comparecer ao pleito em 2 de outubro. “Isso deve ser compreendido como o exercício da liberdade da pessoa. Se nós analisarmos as democracias mais consolidadas no mundo, que são os 22 países que conseguiram manter o regime democrático desde a Segunda Guerra Mundial até os dias de hoje, em 80% deles o voto não é obrigatório, é facultativo", analisou o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo (UPF), Giovani Corralo.  

O total de passo-fundenses que optaram por não comparecer às seções eleitorais também foi menor que em 2018 quando 18,9% se abstiveram do voto na cidade, responsável por constituir um dos maiores colégios eleitorais do Estado. “É importante que a gente compreenda a legitimidade dos que se manifestam assim porque compreender a liberdade individual significa entender a liberdade de cada um de fazer a escolha, seja qual for, e também compreendendo o direito de cada um de não escolher”, ressaltou Corralo.  

Reproduzindo o mesmo cenário observado há quatro anos, Jair Bolsonaro (PL) conquistou a maioria dos votos válidos em Passo Fundo. Ainda assim, os 66.922 votos contabilizados, que representam 56,72% do eleitorado local, foram inferiores aos 70.103 feitos pelo presidente, e candidato à reeleição, em 2018 quando conquistou o primeiro mandato na disputa contra Fernando Haddad (PT).  

Ao somar 51.070 dos votos, Lula conquistou 43,28% do eleitorado no município neste ano com 3,1% dos munícipes votando em branco ou anulando a opção de escolha para a Presidência, enquanto 5,73% votaram branco ou nulo para o Governo do Rio Grande do Sul. Conforme analisou o docente da UPF, isso reflete o descontentamento desta parcela da população com o pleito. “Historicamente, nas eleições, uma parcela da sociedade não tem se sentido motivada a participar do processo eleitoral e é legítimo que isso também aconteça. O que nós não podemos ter é o que nós observamos hoje de contestação a um modelo democrático, a um processo de escolha que está disposto na legislação, e que não possui qualquer tipo de mácula que possa ser apresentada”, frisou Corralo.  

 

Menor abstenção desde 2006 

Com 570,4 mil votantes a mais que no primeiro turno, o segundo turno das eleições deste ano teve a menor taxa de abstenção desde 2006 sendo a primeira vez em que o total de eleitores faltosos na reta final do pleito foi inferior ao primeiro escrutínio.  

Nos 14 estados onde presidente eleito, Lula, venceu no primeiro turno, a abstenção diminuiu em apenas seis. No balanço desses 14 locais, o número de votantes cresceu 109,7 mil, ou seja, 346,1 mil a menos que nas unidades da federação onde Bolsonaro liderou. 

Nas zonas eleitorais contabilizadas no exterior, onde Lula também venceu no primeiro turno, 5,9 mil pessoas a mais foram às urnas no segundo turno. 

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