Vender (ainda) é a solução
Auditoria aponta que vender jogadores ainda é a maior fonte de receita dos clubes brasileiros
A promessa de torna-se craque e os milhões de Euros seduzem o jogador a vestir a camisa de algum clube do exterior. A explicação da necessidade da venda do ídolo para os gringos, cada vez mais ouvida em noticiários esportivos durante as entrevistas dos presidentes dos clubes de futebol, não é uma mera desculpa. Apesar de ir contra a torcida, o futebol brasileiro está cada vez mais dependente das cifras originárias dos mercados europeus e asiáticos. Quem confirma a informação é a Casual Auditores Independentes, empresa de auditoria especializada em clubes de futebol, que acaba de revelar dados preliminares relacionados com as receitas dos clubes brasileiros.
O atual ranking das receitas dos clubes brasileiros segue o mesmo critério de análise dos quatro anos anteriores, em que figuram os clubes que atingiram uma receita bruta anual mínima, entre os que disponibilizaram seus relatórios e contas. Dessas receitas, cerca de 28% foram provenientes de transferências de jogadores, superando até as cifras oriundas de cotas de TV, responsável por 24% do ganho dos clubes brasileiros.
No topo da tabela tal como em 2007 e 2006, continuam o São Paulo na primeira posição com R$ 160,6 milhões e o Internacional em segundo com R$ 142,2 milhões em receitas. Os 21 clubes com maiores receitas do futebol brasileiro geraram receitas totais no valor de R$ 1,400 milhões (494,2 milhões de euros), representando um evolução de 69% nos últimos cinco anos. A média de receitas gerada pelos clubes na amostra atingiu os R$ 67,5 milhões (23,8 euros), enquanto no exercício de 2004 era de R$ 39,9 milhões (14 euros). O crescimento em relação ao ano de 2008 foi de 6,1%, sendo que 13 clubes aumentaram as suas receitas e oito apresentaram uma redução. Os maiores responsáveis pelo aumento das receitas foram o Palmeiras, Portuguesa, Flamengo, Fluminense, Coritiba e Cruzeiro.
Corinthians é time que obteve maior superávit
A crise econômica que atingiu o planeta em meados de 2008 parece ter acertado os clubes brasileiros. Naquele ano, os 21 clubes analisados apresentaram déficits do exercício em 2008 de R$ 448,3 milhões, queda de 35% em relação a 2007, quando a amostra estudada pela Casual Auditores apresentou déficits do exercício de R$ 330,9 milhões.
Deles, seis equipes apresentaram superávits em 2008. Esse resultado pode ser considerado devido á ampliação das despesas dos clubes que cresceram 15,5% em 2008 em relação a 2007 e atingiram pela primeira vez R$ 1,86 bilhão. O principal fator para essa ampliação nas despesas foi o Vasco da Gama que apresentou uma ampliação em sua despesa total de mais de R$ 260 milhões em 2008, resultando em uma evolução do déficit do exercício do clube de São Januário de mais de 2.800% em 2008. Os clubes que apresentaram os maiores superávits do exercício entre os clubes analisados em 2008 foram Corinthians, Barueri, São Paulo e Figueirense e os clubes que apresentaram os maiores déficits foram Vasco da Gama, Fluminense, Atlético-MG e Santos. Segundo análise da Casual Auditores, os 21 clubes presentes na amostra, caso desconsiderássemos as receitas com as transferências de atletas, teriam apresentado déficits do exercício, provando que as transferências dos jogadores são essenciais para buscar um equilíbrio financeiro em sua gestão. Em 2008 os déficits sem as receitas com os atletas teriam superado R$ 825 milhões, uma piora de cerca de 28% em comparação com 2007.
Auditoria aponta que vender jogadores ainda é a maior fonte de receita dos clubes brasileiros
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