Menino vira 'presidente'
Com o espírito moleque, Robinho é o principal nome da Seleção às vésperas da Copa
Curitiba - A ‘Robinhomania’ que tomou conta do Santos começa a contagiar a seleção brasileira. Mesmo sem a companhia de Neymar, André e Ganso, os primeiros dias do atacante com o grupo de Dunga mostram o jogador com a mesma irreverência que virou sua marca registrada. Entre petelecos nas orelhas e tapas nas cabeças dos companheiros, Robinho é o mais festejado pelos torcedores, destila gargalhadas e mostra que a Copa da África pode ser o ápice da sua carreira. O menino travesso que chegou à Seleção tratando Ronaldo pelo apelido de Presidente hoje assumiu o posto.
“O Robinho voltou a ter alegria de jogar futebol. Todos sabem do potencial e do histórico dele na Seleção, ainda mais que será a sua segunda Copa. É uma responsabilidade grande quando preciso substituí-lo. Fiquei feliz por ele ter voltado ao Brasil”, afirmou Nilmar, reserva do ataque brasileiro.
“Pedala, Robinho”, gritavam os torcedores que assistiam aos treinos quando a seleção ainda estava em Curitiba. Fã de pagode, Robinho é um dos líderes das rodas de samba na concentração. Com Luís Fabiano, não dispensa a trilha sonora do Exaltasamba. Mas, até o momento, ainda distante da estreia na Copa, dia 15, contra a Coreia do Norte, nenhuma coreografia foi ensaiada para comemorações de gol, assim como faz no Santos.
“Para a minha geração, o Robinho é o maior ídolo da Seleção, ainda mais com essa fase do Santos”, afirmou Rodrigo Bastos, 16 anos, que disse preferir o jogador a Luís Fabiano, pelo fato de o Menino da Vila jogar no Brasil e “estar mais próximo da sua realidade”. Sobre Kaká, Rodrigo, que conseguiu um aceno do jogador santista, minimizou. “Ele não tem o perfil da molecada, mas sim das meninas”.
Primeiro dia na África do Sul - De bom humor, Dunga arranca risos na primeira coletiva na África do Sul
Os ares da África do Sul fizeram bem a Dunga. O treinador da Seleção estava de ótimo humor em sua primeira entrevista coletiva em Joanesburgo, a primeira desde a convocação para a Copa do Mundo. Num dos momentos mais descontraídos, ele comentou com ironia a promessa de Maradona de que vai liberar sexo na concentração da seleção argentina.
“Temos que respeitar as inidivdualidades. Estamos concentrados e tudo deve respeitar o bom convívio geral. Nem todo mundo gosta de sexo, de tomar seu vinho e seu sorvete. Tem que respeitar”, disse, arrancando risos. Ele só não quis comentar a promessa de Maradona, de que desfilará nu, se a Argentina for campeã. E não quis fazer nenhuma piada parecida para o caso de o Brasil ficar com o título da Copa. “Não tem promessa. É só trabalhar e deixar as coisas acontecerem normalmente”. Além disso, Dunga fez um balanço positivo das primeiras horas na África do Sul. A delegação brasileira desembarcou no país da Copa do Mundo na manhã de ontem e está concentrada no Fairway Hotel, Johanerburg. "É aquela alegria de estar na Copa, a motivação é muito grande para trabalhar. Sabemos da motivação e da alegria de estar aqui", afirmou Dunga, já entrando no clima do Mundial 2010 e voltando a falar no "amor à camisa". "O sonho de estar na Seleção é bem maior do que qualquer coisa. Na vida a gente tem vários objetivos, e um deles é resgatar esse amor pela Seleção".
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