Joanesburgo - A rivalidade com a Argentina transbordou do continente sul-americano e foi dar na África do Sul. Em Joanesburgo, mais precisamente na concentração da seleção brasileira, volta e meia o tradicional adversário é lembrado. E, não há dúvida: a vitória do Brasil sobre os hermanos, por 3 a 1, em Rosário, pelas Eliminatórias, tornou o time de Dunga mais seguro para provocações.
Um dia depois de Luís Fabiano duvidar da regularidade de Messi na seleção argentina, ontem foi a vez de Felipe Melo dar uma cutucada no rival preferido. O que parecia um elogio virou provocação.
"A gente respeita a Argentina hoje da mesma forma que respeitava antes de vencê-la por 3 a 0 (na verdade, 3 a 1) naquele jogo. E eu sempre falei que os argentinos iam passar pelas Eliminatórias. Não tive dúvida disso. Tenho certeza de que a Argentina vai fazer uma boa Copa do Mundo, porém, vai chegar atrás do Brasil", provocou o jogador.
Mesmo tendo uma caidinha para situações e declarações polêmicas, Felipe Melo é na Seleção uma espécie de 'Patinho Feio' que quer virar cisne. Na semana passada, logo no primeiro treino da seleção brasileira, envolveu-se sem querer num boato de que teria entrado de forma desleal em Kaká. A notícia foi parar nos sites italianos e a CBF teve de apressar-se em divulgar uma nota oficial desmentindo a história.
Na verdade, foi Robinho quem dera uma entrada em Kaká, nem tão violenta. Mas o lance acabou caindo na conta de Felipe Melo como uma severa agressão.
"Escreveram 'Felipe Melo acaba com Kaká'. Não sou mau caráter. É que agora a gente está concentrado na Copa, caso contrário, caberia um processo. Kaká é o grande nome nesse grupo e está vindo de lesão. Eu jamais faria alguma coisa contra ele. A gente até já deu risada disso", contou.
Mais tarde, uma cena inusitada no último lance do coletivo da Seleção confirmaria a inocência de Felipe Melo: treinando no time reserva, Daniel Alves derrubou Kaká e, num gesto de solidariedade, Thiago Silva estendeu-lhe a mão, ajudando-o a levantar. Imediatamente, Daniel Alves, o agressor, desculpou-se. E, em seguida, Kaká fez questão de abraçar também Felipe Melo. Ambos se viraram para a imprensa, acenaram com ironia, e foram aplaudidos.
Em Joanesburgo, Felipe Melo é considerado o Dunga de Dunga. Aposta do treinador que, nos tempos de jogador passou por questionamento semelhante, Felipe acha a comparação exagerada:
"Temos características iguais, mas Dunga é um homem consagrado. Ganhou tudo o que tinha que ganhar na seleção brasileira", encerrou.