Joanesburgo - Ao menos um brasileiro na África do Sul não está nem aí para a Copa do Mundo. É Zico. O todo-poderoso do futebol do Flamengo chegou ontem a Joanesburgo, com a mulher, Sandra, e hospedou-se num hotel na Mandela Square.
Mas o que está na sua cabeça é mesmo o clube rubro-negro. Zico assumiu na semana passada a função de diretor-executivo do futebol e não faz nenhum plano que não seja voltado para sua nova atividade.
“Tenho muita coisa pra fazer. Não estou conseguindo me entusiasmar nem com a Copa do Mundo”, disse o Galinho, como quem estivesse na África do Sul somente para cumprir com compromissos estabelecidos antes de assumir a importante função.
Zico participará hoje e amanhã de um congresso da Fifa, e, na sexta-feira, assistirá ao jogo África do Sul x México, no Estádio Soccer City, na abertura da Copa do Mundo. Cansado depois de oito horas e meia de viagem, Zico ainda não sabia ao certo qual será a sua programação em Joanesburgo. “Nem sei se vou conseguir falar com o Parreira. Seria bom, né?”, afirmou.
A preocupação com o Flamengo é tão grande que Zico não verá nem mesmo a estreia do Brasil na Copa. “No sábado, volto para o Rio. Ficar aqui fazendo o quê? Agora, tenho muito trabalho por lá. O Flamengo me espera e acho que vou conseguir fazer um bom trabalho”, destacou o Galo, abrindo um sorriso que não deixou nenhuma dúvida de que ele não está muito preocupado com a seleção brasileira ou a Copa do Mundo.
Para não dizer que não falou nada sobre a Copa, Zico deixou transparecer o seu lado rubro-negro, numa rápida entrevista na saída de um supermercado: “E o Adriano? Tinha que estar aqui...”, comentou o ex-jogador, que considera a seleção brasileira favorita ao título.
Zico tinha um convite para trabalhar para a TV Sky, em Milão, Itália, até o fim da Copa do Mundo. Participaria de programas esportivos, como comentarista, mas abandonou a ideia quando a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, lhe fez o convite para comandar o futebol do clube. Para Zico, aquilo soou como intimação. Dispensou a televisão italiana e deixou a Copa do Mundo pra lá. Sendo assim, quando a bola rolar para o Brasil, Kleberson será mesmo o único representante do Rubro-Negro na África do Sul.