Em tempos de Copa do Mundo, até mesmo quem não é um apreciador do futebol se rende às 32 seleções que se enfrentam no maior evento futebolístico do planeta. Cada país sede se movimenta durante muito tempo para realizar o Mundial. Este ano, a África do Sul vai mostrar a sua cultura e daqui a quatro anos vai ser a vez do Brasil, que receberá o evento pela segunda vez para mostrar ao mundo o que o esporte mais apreciado do planeta representa aqui. ON conversou com três passo-fundenses que já estiveram na África do Sul. Eles nos falaram um pouco sobre o país africano e do que eles esperam do evento no Brasil.
Felipe Pandolfo Franco, 22 anos, é designer e acadêmico de Publicidade e Propaganda e animação 3D
"Eu passei a maior parte do tempo fazendo safári, fiquei em uma reserva privada chamada Sabi Sand, que faz fronteira com o Parque Nacional Kruger. O que eu pude perceber no tempo em que fiquei lá, foi a divisão de opiniões a respeito da Copa. Eles gostam bastante de futebol, especialmente a seleção sul-africana, que é chamada Bafana Bafana, mas eles não tem muita tradição em clubes, como acontece no Brasil e na Europa. Por outro lado, eu soube de algumas histórias sobre as pessoas que eram contra o evento acontecer no país. Fiquei sabendo que houve algumas greves envolvendo as ferrovias e que algumas importações de equipamentos que iam ser usados na Copa foram prejudicadas. Então acredito que durante o evento vai haver algum tipo de protesto. Eles gastaram bastante dinheiro para o desenvolvimento da estrutura para o Mundial, e grande parte da população acha que esse dinheiro deveria ser gasto com outras coisas, que são prioritárias, como aconteceu no Brasil. Cidades entre a reserva onde fiquei e o aeroporto Mpumalanga não tinham saneamento básico nem água. Apesar disso, a minha opinião é que o país tem condições e estrutura para receber o Mundial pelo geral que vi, mas é no decorrer do evento que o país vai mostrar se realmente tem estrutura, acredito que também será assim no Brasil."
Rafael Pedro Poli, natural de Casca, é professor de inglês e tradutor
"Estive na Cidade do Cabo em 2009. Passei um mês estudando inglês e convivendo com uma família sul-africana. A experiência foi fantástica. Encontrei um povo alegre, muito parecido com o brasileiro e apaixonado por esportes, inclusive o futebol. Em várias ocasiões, observei pessoas jogando futebol na praia ou na rua com a mesma naturalidade que perceberíamos aqui no Brasil. Além do futebol, o rugby é muito popular na África do Sul, que já foi sede de um campeonato mundial desse esporte. Ainda, pelas paisagens deslumbrantes e pelo espírito de aventura que paira no ar, os esportes radicais são muito apreciados por todos que visitam a África do Sul. Tive a oportunidade de pular do mais alto bungee jump de ponte do mundo e a sensação é indescritível. A lista de opções ainda é grande: paraquedismo, mergulho com tubarões, escaladas, corrida de avestruzes, etc. Quanto à estrutura para receber um evento das dimensões da Copa do Mundo, a Cidade do Cabo, por exemplo, está melhor preparada do que muitas capitais brasileiras estariam hoje. Quanto estive lá, pude perceber uma intensa atividade de construção de novos prédios e também de reforma das estradas, o que, algumas vezes, causava certos transtornos para os moradores locais. Por outro lado, tenho certeza absoluta de que a Copa do Mundo é muito mais significante para o povo sul-africano do que meras estradas bloqueadas, pois ela representa uma superação humana de um povo que merece ser reconhecido no mundo inteiro por sua força, coragem e perseverança."
Fernanda Rocha, 19 anos, é acadêmica de Psicologia e passou um mês no país sede do Mundial
"Fui para a África do Sul em janeiro de 2006 com o intuito de estudar inglês. Fiquei hospedada em um hotel na Cidade do Cabo. Tenho ótimas lembranças do país, acredito que é possível superar todas as dificuldades para a realização da Copa do Mundo. Encontrei lá pessoas alegres e muito receptivas, com muitas esperanças e expectativas. Em 2006 já era possível identificar muita ansiedade e preocupação quanto à realização do evento. Na Cidade do Cabo, onde fiquei instalada, havia algumas dificuldades quanto ao transporte, pois não encontrávamos ônibus, e sim vans, geralmente lotadas. Vimos pouco policiamento nas ruas, entre outras coisas, mas por outro lado era possível ver muitos trabalhadores nas obras. O povo é muito alegre, carismático e receptivo. Acredito que de 2006 para cá, muitas coisas já foram modificadas. Torço muito para que a Copa possa acontecer sem maiores problemas e que o mundo consiga ver todas as coisas boas que eu vi na África do Sul."
Depoimentos de quem esteve no país da copa
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