No "duelo das ditaduras", a de Dunga, que tirou dos torcedores brasileiros o direito de ter maiores informações sobre sua equipe, venceu por 2 x 1 a da Coreia do Norte, país submetido a um regime em que a liberdade de expressão não existe. Sorte dos pentacampeões que o esquema recheado de volantes e caracterizado pela falta de criatividade foi incapaz de suprimir a inteligência de Maicon e a magia Robinho. O primeiro marcou um golaço por ter ousado ao chutar de trivela. O outro fez um lindo lançamento para Elano fazer. Ji Yun-Nam descontou.
Primeiro tempo
Logo no primeiro minuto de jogo a Seleção dava impressão que teria cara de Brasil e Robinho, com uma pedalada e uma caneta, só não construiu o gol brasileiro porque esbarrou em Kaká, que se enrolou com a zaga coreana. Depois disso, porém, o time voltou a ter cara de Dunga.
O país pentacampeão, precursor dos dribles e das jogadas geniais, limitou-se a arriscar chutes de fora da área. Foi assim com Elano e Robinho, ambos aos seis minutos, e Michel Bastos, aos nove. Vale destacar que o Brasil não levou perigo em nenhuma oportunidade.
O pior é que o time de Dunga era incapaz de furar a retranca da Coreia do Norte. Aliás, os asiáticos, gostaram da partida e chegaram a finalizar algumas vezes. Aos 10 minutos, Jong Tae-Se, o Rooney Coreano, livrou-se de dois adversários e chutou fraquinho para Julio Cesar encaixar. Aos 16, o lateral Cha-Jong-Hyok disparou pela direita, mas chutou por cima.
O marasmo era tanto que, aos 18 minutos, Mun In-Guk abusou e tentou marcar com um chute de seu campo de defesa. A bola foi incapaz de assustar Julio Cesar, que defendeu com tranquilidade.
Maicon foi quem finalizou com maior perigo, aos 26 minutos, quando chutou de fora da área e o goleiro Ri Myong-Guk botou para escanteio.
Aos 40 minutos, o lance que mais escancarou a falta de criatividade do time de Dunga: Felipe Melo deu um bico e a bola foi muito longe. Vergonhoso!
Segundo tempo
O Brasil voltou mais agressivo do intervalo e levou perigo em boa cobrança de falta de Michel Bastos, aos cinco minutos. Pouco depois, a bola sobrou nos pé de Robinho, que disparou um chutaço.
Aos 10, um golaço para apagar o péssimo primeiro tempo feito pela Seleção. Elano dominou e, com muita inteligência, rolou para Maicon, que disparou um lindo chute de trivela e abriu o placar.
Aos 18, o futebol brasileiro seguia dando ar da graça e Robinho achou Luis Fabiano com um belo toque. O camisa 9 se livrou bem de um adversário, mas chutou mais para o alto.
Aos 26, mais uma vez Robinho mostrou que não sabe apenas pedalar e achou Elano com um lançamento milimétrico. O camisa 7 foi inteligente e tocou com tranquilidade no canto: 2 x 0.
Nilmar, para variar, entrou bem em campo, aos 33 minutos e logo aos 34 quase deixou sua marca com um chute de fora da área. Ri Myong-Guk quase engoliu um frango.
Aos 39, os reservas, que entraram com muita disposição, quase construíram o terceiro gol. Daniel Alves apareceu bem pela direita e deu belo cruzamento para
Nilmar, que, com um voleio, quase marcou. Apesar da disposição dos reservas, aos 43, o coreano Ji Yun-Nam marcou um belo gol de pé esquerdo após ótimo lançamento de Jong Tae-Se. Um castigo merecido para uma equipe que não jogou tanta bola assim diante de um adversário inexpressivo.
No fim, a Coreia ainda deu dois chutes. Tudo que ambos não levaram perigo.
Muito pouco para o futebol pentacampeão do mundo. Vitória inexpressiva, insossa e incapaz de animar a torcida mais exigente do planeta.
Brasil vence por 2 x 1 a Coreia do Norte, mas não convence
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