Quatro anos de espera, TV zerinho na sala, amigos reunidos, cerveja no gelo... Copa do Mundo! Hora de ver em ação o que há de melhor no planeta, jogadas incríveis, defesas maravilhosas e jabulanis sacudindo a rede. Que nada!
A primeira rodada do Mundial na África do Sul registrou a lamentável média de 1,56 gols por partida, a pior na história das Copas. Foram 25 gols em 16 jogos. Para se ter ideia, somente nos jogos da Alemanha (4 a 0 na Austrália) e do Brasil (2 a 1 na Coreia do Norte) saíram mais de dois gols.
Em 2006, a média a essa altura era de quase 2,3 gols por partida e já merecia pesadas críticas do presidente da Fifa, Joseph Blatter, que, à época, dizia ser necessário estimular o futebol ofensivo. Pura balela.
As seleções parecem ter embarcado para a Copa prontas a entrar na canela do pouco que resta do bom futebol — um exemplo foi a insossa zebra suíça que galopou com fúria pra cima dos favoritos espanhóis.
Antes da abertura do Mundial, teve um monte de gente reclamando da pobre da jabulani, a bolinha que vem sendo tão maltratada nos gramados africanos e que precisa se superar e inventar suas voltinhas para, só de vez em quando, consumar o seu caso de amor com as redes... Que o diga o goleirão inglês Green, que papou um frangaço contra os EUA!
A qualidade da maioria dos jogos da primeira rodada foi sofrível. O que foi aquele Eslovênia e Argélia?! E as seleções da Grécia, Camarões, Austrália?!... Melhor deixar pra lá.
Afinal, a segunda rodada começou ontem com um promissor 3 a 0 do Uruguai em cima da África do Sul, com direito a dois gols de Diego Forlán, algo inédito neste Mundial. Quem sabe a coisa melhora!
Motivos não faltam para (quem quer) acreditar. Até porque a seleção canarinho tentou, mas não conseguiu deixar de ganhar dos norte-coreanos e dispara nas bolsas de apostas pelo planeta como a grande favorita ao hexa. E isso é motivo mais do que suficiente pra gente ligar aquela TV zerinho e até assistir, às 8h30 da manhã, ao clássico Honduras e Chile, de onde, quem sabe, pode vir o adversário do Brasil nas oitavas desta Supercopa. Tristeza, só mesmo para a jabulani!
Números que não animam
Os números da seleção brasileira na primeira rodada da Copa não são muito animadores. A equipe canarinho encarou a superfechada Coreia do Norte, um dos times mais fracos na África do Sul.
Favoritíssima, a Seleção deveria ter saído do Estádio Ellis Park, em Joanesbugo, com dados pra lá de superfaturados. Mas não foi o que aconteceu. Os brasileiros empataram em faltas com os norte-coreanos — cada time fez nove. O curioso é que o jogador mais faltoso foi o centroavante Luís Fabiano, com quatro — mais de 20% de todas as faltas cometidas na partida. A nossa equipe também conseguiu a proeza de deixar o gramado tendo recebido um cartão amarelo (Ramires), enquanto os adversários não levaram nenhum.
De positivo, os passes completados, que deixaram o Brasil na liderança da primeira rodada da Copa, com 584, num jogo em que teve 63% da posse de bola. Também foi um dos times que mais chutaram, 19 vezes, acertando 10 e balançando a rede em dois belos gols, de Maicon e Elano.