Pretória, África do Sul - Para desespero da Fifa e sua campanha pelo fair play (jogo limpo, em inglês), os alemães não parecem nada preocupados em manter o ambiente amistoso com os argentinos para o jogo de amanhã, pelas quartas de final da Copa do Mundo. Depois de Schweinsteiger criticar o caráter dos hermanos, o diretor Oliver Bierhoff e o capitão Philip Lahm também deram suas alfinetadas e colocaram mais lenha na fogueira.
“Não penso que Bastian (Schweinsteiger) foi controverso. Ele é tranquilo e seria a última pessoa a colocar fogo em algum assunto. Conheço vários argentinos que são cordiais e amigos, mas não necessariamente dentro de campo”, afirmou Bierhoff, ressaltando que seus atletas não devem entrar nas provocações dos adversários.
Lahm não restringiu sua análise aos argentinos, mas incluiu todos os sul-americanos.
“Schweinsteiger disse o que disse e não achei nada demais. Os sul-americanos são temperamentais e não gostam de perder, assim como nós, mas depois do jogo eles reagem de maneira diferente”, afirmou o capitão, referindo-se à vitória da Alemanha, nos pênaltis, na Copa de 2006, quando os argentinos arrumaram confusão e brigaram com os alemães ao fim da disputa. O lateral-direito jogou sobre o árbitro da partida a responsabilidade de controlar o jogo e coibir as provocações argentinas. “Basta que ele siga as regras, não importa quem esteja em campo. Nós temos de nos concentrar nos 90 minutos, fazer o nosso jogo e nos mantermos calmos”.
Desde que o confronto ficou definido, os alemães começaram essa guerra psicológica para tentar desestabilizar os argentinos. Ninguém do outro lado respondeu, a não ser o técnico Maradona, que usou ironia para dizer que Schweinsteiger estava muito nervosinho. Mas Bierhoff rebateu.
“Ninguém está nervoso. Se você olhar para carreira do Schweinsteiger, vai ver que ele é centrado e calmo. Pode estar um pouco tenso e ansioso pela importância da partida. Mas não nervoso”, afirmou o diretor alemão.
Podolski e Özil fora do treinamento
A Alemanha treinou ontem sem duas de suas principais estrelas: Podolski e Özil ficaram no hotel fazendo tratamento e não participaram dos trabalhos de Joachin Löw de manhã. O atacante sentiu um desconforto muscular, enquanto a apoiador foi poupado devido ao grande desgaste nos quatro primeiros jogos.
O único desfalque certo é do brasileiro Cacau, que sofreu uma lesão nos músculos abdominais.
“Com respeito ao Podolski, se trata de uma pequena contratura muscular. Com o Ozil, apenas tomamos uma medida de precaução, pois ele se entregou muito nas partidas do torneio”, informou o diretor Oliver Bierhoff.
Com febre, Messi descansa
A Argentina teve um desfalque importante no treino de ontem. “Um”, não. “O” desfalque. Vítima de um resfriado e com febre, Messi foi poupado pelo técnico Maradona e não participou da atividade em Pretória. Pastore treinou em seu lugar.
Apesar disso, Messi deve estar presente hoje no reconhecimento do gramado do estádio Green Point, na Cidade do Cabo, e os membros da comissão técnica garantem que ele não preocupa para a partida contra o alemães. No treino ficou claro que Verón deve seguir entre os reservas, como no jogo contra o México. Dessa forma, o meio-campo deve ser formado por Maxi Rodríguez, Mascherano e Di Maria.
Ainda sem estar 100% fisicamente, o zagueiro Samuel mais uma vez deu lugar a Burdisso na defesa e Otamendi segue na lateral direita. Maradona garantiu que o duelo contra uma das principais equipes desta Copa do Mundo não fará com que seu time mude a postura em campo.
“Seria um pecado mudar a maneira de jogar que temos. No amistoso (contra a Alemanha, este ano, e vencido pela Argentina por 1 a 0) fomos taticamente perfeitos, mas naquele momento vivíamos outra realidade. A verdade é que não podemos mudar. Vamos atacá-los”, garantiu.
Cutucou os argentinos
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