O novo técnico da seleção brasileira terá uma missão imediata: renovar a veterana equipe que disputou a Copa do Mundo de 2010. A ordem é clara e saiu da boca do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, em entrevista ao ‘Sportv’. O recado deixa escancaradas as portas da Seleção para jovens como Neymar e Ganso, que não foram convocados por Dunga.
Visivelmente insatisfeito com o rumo que a Seleção tomou no Mundial da África do Sul, Ricardo Teixeira deixou claro que ainda não conversou com treinador algum para ocupar o cargo que era de Dunga. Ainda assim, o dirigente adiantou o perfil desejado do novo comandante.
“É importante que todos tenham consciência de que, para preparar bem, tem que fazer um grande sacrifício na montagem do time. Será um projeto de no mínimo cinco anos”, disse o cartola, lembrando a Copa no Brasil e as Olimpíadas de 2016.
“Ainda não conversei com ninguém. O importante é combinar o processo a ser feito. Não adianta vir um técnico que pensa apenas em resultado imediato. Assim não chegamos ao objetivo. Ou formamos uma Seleção nova ou formamos uma Seleção nova, não tem opção. Quero que o time que vai começar jogando o amistoso do dia 10, contra os Estados Unidos, seja o de 2014. Precisamos ter jogadores de 19 e 20 anos”, cobrou o cartola.
Críticas a Dunga
Em meio aos questionamentos sobre o projeto que visa à Copa de 2014, o dirigente reconheceu que estava insatisfeito com os rumos da Seleção antes do Mundial de 2010. Ainda assim, Ricardo Teixeira decidiu manter Dunga à frente da equipe até a competição na África.
“Há determinados momentos em que o avião está no meio do Atlântico e não tem como voltar. Quando ele decola, tem que completar a travessia, não tem opção”, salientou Teixeira, complementando que Dunga deixaria a Seleção mesmo em caso de título na África.
Tendência entre os semifinalistas
Seleções ainda na Copa têm 21 jogadores com até 23 anos
O desejo de Ricardo Teixeira de renovar a Seleção tem como base o bom desempenho apresentado pelos semifinalistas da Copa da África: Espanha, Alemanha, Holanda e Uruguai. As quatro seleções apostaram nos jovens e hoje colhem os frutos do trabalho.
Nas quatro equipes, são 21 jogadores com até 23 anos. Na seleção brasileira, apenas Ramires estava nessa faixa etária. A Fifa considera sub-23 jogadores nascidos depois de 1º de janeiro de 1987.
Apontada como favorita ao título, a Alemanha tem nove jogadores com 23 anos ou menos, como Özil, de 21 anos e Thomas Müller, de 20. Já a Espanha convocou seis atletas abaixo desta faixa, enquanto o Uruguai tem quatro. A Holanda é a única que destoa, com apenas dois. Eliminada nas quartas de final, Gana era o time mais novo, com 11 atletas sub-23. Para o presidente da CBF, a participação de jovens neste Mundial teria sido benéfica para o Brasil.