O ano de 2010 marcou a volta do Sport Club Gaúcho às atividades de futebol profissional. Apesar disso, este retorno não foi considerado completo por alguns devido ao local de mando de jogo do alvi-verde: o estádio Carlos Renato Bebber, que fica na cidade de Marau. Assim, em entrevista onde avaliou o “renascimento” do clube e afirmou que o time não disputará a Copa RS, o presidente Gilmar Rosso confirmou que a possibilidade do “mais querido da cidade” voltar a jogar no seu estádio é boa, apesar de ainda depender de decisões judiciais.
A Volta
Com diretoria formada em setembro do ano passado, o Gaúcho confirmou presença no Campeonato Profissional de Futebol de Campo da FGF da Segunda divisão no último dia previsto em regulamento. Assim, com os trabalhos de campo feitos por Ricardo Attolini, o time caiu na segunda fase da competição, campanha considerada boa pelo presidente Gilmar Rosso. “O Gaúcho estava morto. A torcida não tinha esperança nenhuma de voltar a ver o time em campo, e o que fizemos, eu e a diretoria formada em setembro de 2009, foi colocar o time em campo. Com isso, o nosso torcedor pode ver o time novamente, e foi isso que conseguimos. Por isso avalio de forma muito positiva o nosso primeiro semestre”. Quanto ao resultado de dentro de campo, o presidente comparou o investimento feito pelas demais equipes do campeonato, e mais uma vez se disse muito satisfeito. “Se pensarmos na estrutura, no investimento financeiro, o Gaúcho teria ficado em último no campeonato. Nossos gastos mensais não passaram dos 15 mil reais. Agora você pensa no Brasil de Pelotas, um clube com patrimônio, estrutura, o Glória de Vacaria é um time que conta com apoio forte de empresários, e também de outros times que possuem grande estrutura, que fizeram time para subir e não foram longe. Mais uma vez afirmo: o Gaúcho superou as minhas expectativas!”.
Trabalho da diretoria
Com o clube cheio de dívidas, a diretoria que assumiu no ano passado teve que trabalhar com o caixa negativo, e com todas as receitas destinadas para ações judiciais. Assim, a pergunta que fica é como foi montado o time que disputou a Segundona? Gilmar Rosso respondeu. “Estamos sem nenhum real de dívida a mais do que o clube já tinha quando assumimos. O primeiro semestre o Gaúcho se auto-geriu. Não tivemos lucros, mas também não contraímos dividas. Assumimos com mais de 3 milhões de reais em dívidas, mas a única que temos um problema maior é a com a do garoto que se acidentou no clube. As trabalhistas de ex-jogadores são todas negociáveis diretamente com eles. Então de 3 milhões poderemos baixar para 2 milhões, ou até menos”. Sempre deixando claro que a atual diretoria trabalha dentro das possibilidades reais do clube, Rosso falou que não tem nenhum arrependimento desde que assumiu o cargo, e de que se o time não vai disputar a Copa RS é devido ao pensamento inicial de não “fazer loucuras”. “Não vamos montar time para fazer mais dívidas. Nos reunimos e ficou decidido que não jogaríamos nenhuma competição profissional neste semestre. Hoje estou com o meu caixa zerado, sem lucros mas sem dívidas. O ano que vem é outro assunto, e estamos trabalhando forte para voltarmos para a nossa casa, que é o estádio Wolmar Salton”.
Ter de volta o estádio
Gilmar Rosso afirmou que todos os esforços da atual diretoria do Sport Club Gaúcho atualmente são no sentido de retomar o estádio Wolmar Salton. Com toda a sede social e esportiva sub judice, o Gaúcho busca meios legais de conseguir negociar esta indenização de outra forma, que não a de perder o seu patrimônio. “O que fizemos foi entrar com um pedido de anulação do cálculo de crédito no valor de 1 milhão reais para o reclamante da questão. Pois foi devido a este cálculo que toda a sede do clube foi a leilão, que ninguém arrematou. Assim, o advogado do reclamante, através de cálculos que nós contestamos, conseguiu com que a sede do clube ficasse como pagamento desta indenização”. O presidente disse que, se conseguir anulação do cálculo, irá passar o estádio Wolmar Salton ao município, mas com uso fruto do Sport Club Gaúcho. A sede social seria destinada ao reclamante do processo. “Pensamos que a sede social pode ser usada para o pagamento da indenização que o clube deve. O que queremos é apenas o estádio. Estamos brigando por isso, com muita confiança de termos êxito já nos próximos meses”, disse.
Presidente do Gaúcho confia na volta do clube ao Wolmar Salton
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