A ansiedade da estreia já tinha ficado para trás. Diante da Tunísia, a ordem era consertar os erros cometidos já de olho no confronto com os Estados Unidos, nesta segunda-feira. Mas o Brasil teve dificuldades. A mão não estava calibrada, e a defesa, tão elogiada por Rubén Magnano contra o Irã, também não estava no melhor de seus dias. A vitória veio, por uma margem de diferença bem menor do que o esperado diante de um rival tão limitado: 80 a 65. Diante da atuação sem brilho, o time de Rubén Magnano carrega incertezas para o jogo desta segunda-feira, contra os Estados Unidos.
A partida contra os americanos está marcada para as 15h30 (de Brasília). O desafio certamente será bem maior. As duas equipes são as únicas invictas no grupo B, mas o Brasil pegou até agora os dois rivais mais fracos da chave, enquanto os EUA atropelaram Croácia e Eslovênia, bem mais fortes que Irã e Tunísia.
“Com certeza vamos ter que jogar muito mais. Agora são três jogos importantes para a classificação. Tudo pode acontecer. Temos que ter cuidado. Vamos ter um jogo importante amanhã, e contra a Eslovênia mais ainda” alertou Tiago Splitter.
O cestinha do Brasil no domingo foi Leandrinho, com 21 pontos (16 deles no primeiro quarto) e seis rebotes. Tiago Splitter fez 16 pontos, seguido pelos 13 de Marcelinho Machado e os 10 de Alex Garcia. A Tunísia foi liderada pelo carequinha Radhouane Slimane, de 30 anos, que marcou 14 pontos e pegou oito rebotes. O cestinha da equipe africana foi Marouan Kechride.
O jogo
Para começar a construir o segundo triunfo, Huertas apostou em Splitter, seu ex-companheiro no Caja Laboral. Foram do pivô os seis primeiros pontos do Brasil. Leandrinho também se apresentava ao armador e começava a tomar gosto pelo caminho da cesta. E ninguém conseguiu mais pará-lo. No momento em que a equipe mais precisou de alguém para abrir vantagem, e aliviar a ameaça incômoda dos tunisianos, o ala-armador apareceu e resolveu. Bem nas antecipações, não encontrava resistência e achou espaço até mesmo para uma enterrada na sequência de 12 pontos que anotou. Dos 26 marcados pela seleção no primeiro quarto, 16 foram dele, mesma pontuação conseguida pelo adversário.
A Tunísia sentiu o golpe e permitiu que a diferença aumentasse (31 a 16). Com uma frente confortável, Rubén Magnano lançou em quadra o quinteto reserva. O volume de jogo caiu, os africanos voltaram a crescer, e o técnico voltou a lançar os titulares a três minutos do intervalo, quando o outro lado dava sinais de reação. Com uma bola de três de Alex no último segundo, a seleção voltou a respirar: 43 a 30.
Foi por pouco tempo. O time dava a linha de três ao adversário, que não perdoava e encostava novamente (47 a 40). A Tunísa se transformava numa ameaça real diante de um Brasil com a pontaria falha. Nem Leandrinho encontrava mais a facilidade anterior. Em oito minutos de jogo, a equipe de Magnano conseguiu apenas nove pontos e já não fazia uma marcação tão eficiente. Fim do terceiro quarto: 59 a 48.
O jogo arrastado prosseguiu nos primeiros minutos do último período, e só na metade o Brasil conseguiu, enfim, deslanchar no placar. Com cestas de Giovannoni e Marcelinho Machado, a vantagem pulou para perto da casa dos 20 pontos. O fantasma da derrota, que na verdade não chegou a dar as caras em nenhum momento, foi embora de vez. Mas ficou a certeza de que, na segunda-feira, contra os americanos, a história pode ser bem diferente.
27 pontos de contra-ataque
fez o Brasil no jogo, contra apenas seis da Tunísia
10 jogadores brasileiros
Entraram em quadra e pontuaram. Só Raulzinho não jogou
16 pontos
Fez Leandrinho somente no primeiro quarto da partida
7 tiros
De 3 pontos Marquinhos já errou no Mundial. Acertos? Zero.