Sem chances do título, Brasil atropela a China e leva a prata do Grand Prix

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O troféu do Grand Prix 2010 já tinha dono. Estava nas mãos da seleção dos Estados Unidos, que venceu o Japão na partida anterior e conquistou seu terceiro título. Ao Brasil, restava esquecer que o sonho do eneacampeonato havia terminado e jogar pela medalha de prata. Despedir-se da cidade de Ningbo, local da fase final, com uma vitória convincente sobre a China e, assim, seguir firme para Mundial do Japão. Foi o que aconteceu. Em uma atuação impecável, as brasileiras derrotaram as donas da casa por 3 sets a 0, com parciais de 25/12, 25/16 e 25/15, e garantiram o segundo lugar. A Itália completou o pódio.

Jaqueline foi a única brasileira a receber um prêmio individual. A ponteira foi eleita a melhor atacante do Grand Prix. A americana Akinradewo foi escolhida a MVP - jogadora mais valiosa.

 Na cidade de São Carlos, em São Paulo, quando estreou no Grand Prix, o Brasil estava com o desejo do eneacampeonato nos olhos. O triunfo seria um empurrão para o Campeonato Mundial, título inédito para a equipe, que começa a partir do dia 29 de outubro, no Japão. Venceu as seleções de Taiwan e Japão. Foi surpreendida pela Itália, mas nada que tirasse o foco das comandadas de José Roberto Guimarães.

Já no exterior, em Macau, o técnico optou pelo revezamento das ponteiras. Alternou Mari, Paula Pequeno e Jaqueline para dar ritmo a todas. Dani Lins deu lugar a Fabíola, que crescia a cada apresentação. Foram mais três resultados positivos: República Dominicana, Holanda e China. Na última parada da fase classificatória, em Taiwan, as substituições nas pontas continuaram. O time foi ganhando força e jogos. Lá, superou Porto Rico, as donas da casa e a Polônia.

Líder na classificação, o Brasil avançou à fase final, em Ningbo, como favorito. Na primeira partida, no entanto, sofreu um baque. Foi vencido pelas japonesas e se complicou na caminhada ao nono título. Seria preciso vencer os demais jogos e torcer por outros resultados. No duelo com a Polônia, veio a vitória, mas com um gosto amargo. Mari torceu o joelho direito e foi diagnosticada com uma lesão no ligamento cruzado. A ponteira foi obrigada a deixar a competição e virou dúvida para o Mundial.

Com os Estados Unidos, confronto que poderia colocar a seleção pertinho do título, a derrota veio acompanhada de mais uma baixa. Paula Pequeno fraturou o osso lateral (maléolo) do tornozelo esquerdo e, assim como a companheira de posição, se despediu do Grand Prix. Os desfalques passaram a ser um problema para Zé Roberto, mas o Brasil fazia o seu melhor em quadra. Contra a Itália, devolveu o revés da primeira fase e ganhou moral. Estava na briga, mas contava com os resultados das americanas. As impecáveis americanas, que não vacilaram em momento algum e, contra as japonesas, decidiram a competição.

A seleção brasileira terminou sua participação contra a China. Atropelou, mas não dava mais para o título. Deu para a prata. Agora, a dois meses do Mundial, é tempo de recuperar as jogadoras e assimilar os acontecimentos para, no Japão, mudar a cor da medalha.

O jogo

Sem poder contar com Mari e Paula Pequeno, o técnico Zé Roberto improvisou Natália na ponta. Fabíola, Sheilla, Jaqueline, Thaísa, Fabiana e a líbero Fabi completaram o time. A seleção brasileira começou a partida sacando muito bem e no primeiro set conseguiu dois aces, além de quebrar algumas vezes o passe chinês. Perdidas em quadras, as chinesas erravam excessivamente em todos os fundamentos. Considerada a bola de segurança da equipe, a oposta Wang foi parada pelo bloqueio brasileiro, que quando não pontuava, amortecia as jogadas para a defesa. Com 19/10 no marcador, Zé Roberto colocou Joycinha e Dani Lins, mas foi Jaqueline quem fechou o set com um ataque na paralela.

 A China voltou melhor na segunda parcial e, com um bloqueio sobre Sheilla, abriu 5/1. A oposta não demorou a devolver a jogada parando um ataque de Chen e chegando ao 5 /4. Natália, explorando o paredão rival, levou a partida ao empate por cinco pontos. Com mais dois pontos seguidos do Brasil, o técnico Baoquan Wang parou o jogo. As brasileiras embalaram novamente e, com quatro pontos de desvantagem (13/9), o chinês pediu novo tempo. Entretanto, com a formação inicial de novo em quadra, o passeio verde-amarelo continuou e chegou a 22/13. O treinador novamente colocou Dani Lins e Joycinha, que finalizou o set.

As chinesas esboçaram equilibrar as ações no início da terceira etapa, mas novamente se perderam com o passe ruim. O Brasil, por sua vez, teve o mérito de não perder a concentração. Os saques forçados continuaram e, com Thaísa, a seleção encerrou o jogo.

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