A luta de qualquer atleta que sonha em fazer do esporte profissão é chegar a uma seleção. Pois a líbero da equipe infanto-juvenil do Notre Dame, Bruna Vicentin, conquistou sua chance. Convocada em agosto pelo técnico da seleção gaúcha Rodrigo Rother, Bruna disputou a 1ª Divisão do Campeonato Brasileiro de seleções infanto-juvenil de Vôlei, nos dias 23 a 29 de agosto, em Caruaru - Pernambuco -, conquistando junto às nove melhores atletas do Estado o vice-campeonato brasileiro infanto-juvenil.
A atleta de 16 anos foi a única representante passo-fundense na Seleção Gaúcha e a primeira jogadora Notre Dame a ser convocada para o selecionado estadual da história.
De volta a Passo Fundo, o ON conversou com a atleta e com técnico da equipe Notre Dame, Gilberto Bellaver, sobre a convocação, a equipe e as expectativas para o futuro.
O início
Aos 11 anos, Bruna trocou a natação pelo vôlei, como quem troca de roupa. Começando na categoria pré-mirim, ela gostava de jogar vôlei sem grandes expectativas, jogava apenas pelo prazer de jogar. "No início eu fazia natação, depois troquei pelo vôlei. Eu jogava só porque gostava, por estudar no colégio. No ano passado eu fui na seletiva da seleção gaúcha e então o sonho surgiu e agora é isso que eu quero."
Bruna começou como atacante e este ano - na categoria infanto-juvenil - passou a ser líbero, inicialmente contra sua vontade. "Ela queria ser atacante e ficava emburrada quando eu dizia que ela tinha potencial para defender, fazer o time jogar. Quando ela cedeu, percebeu que tinha dado certo e aceitou. Hoje a Bruna é o meu referencial, com ela o time é uma coisa, sem ela, é outro", afirmou o técnico Giba.
A seleção Gaúcha
Ao todo foram 18 atletas do Estado selecionadas para processos de treinos seletivos em junho, na cidade de Estrela. Dois meses depois, seis atletas foram cortadas e Bruna seguiu com mais 11 meninas para disputar um campeonato regional em Santa Fé, na Argentina, para serem definidas as nove convocadas para o Campeonato Brasileiro. Ainda na Argentina, após a competição, Bruna recebeu a notícia de que estava convocada para a competição nacional.
Campeonato Brasileiro
Após a convocação, a atleta teve poucos dias para voltar a Passo Fundo e seguir novamente viagem com a seleção até Pernambuco. Foram 7 dias de competição e seis jogos e cinco vitórias. As 16 seleções da 1ª divisão foram distribuídas em quatro chaves para confrontos internos. Na chave gaúcha ficaram as seleções do Tocantins, Pernambuco e Espírito Santo. Foram três vitórias gaúchas, todas por 3 sets a 0. Na segunda fase, Bruna e a equipe enfrentaram a seleção do Rio Grande do Norte, mais uma vitória pelo placar de 3 sets a 1. Na semifinal a decisão foi contra o Estado do Pará, vitória por 3 sets a 1 e classificação para a final, disputada pela seleção de Minas Gerais. Em um confronto equilibrado, o Rio Grande do Sul perdeu por 3 sets a 2 e ficou com o vice-campeonato.
Futuro
Agora com 16 anos, depois do vice-campeonato brasileiro pelo infanto-juvenil, Bruna quer mais. Em 2011, a atleta entra na categoria juvenil e, para Giba, a seleção gaúcha de base e seleção brasileira são realidade. "Esse foi o momento dela mostrar não só para a seleção gaúcha, mas também para os integrantes da seleção brasileira, que estão sempre envolvidos nesses campeonatos, o potencial dela".
Passo Fundo, como já se sabe, tem um histórico de atletas do voleibol com Gustavo e Murilo Endres, que servem de referência para atletas como a Bruna. "O Gustavo é o exemplo que eu uso com ela e com as outras meninas. Hoje ele é o que todo mundo sabe, mas não foi sempre assim. Ele conseguiu espaço no vôlei através da persistência. Se olhasse para ele com 16 anos, não via muito potencial. Ele não passou por nenhuma seleção de base, não passou pela seleção gaúcha, mas ele continuou treinando e batalhando até ser selecionado por um grande clube", finalizou Giba.