Para acabar com o estigma

Grêmio conquista sua primeira vitória fora de casa no 1 x 0 contra o Corinthians

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Douglas fez declarações de amor ao Corinthians durante a semana, mas não teve piedade do ex-time neste sábado no Pacaembu. O meia marcou o golaço que deu a vitória para o Grêmio por 1 x 0 pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Vitória improvável para um time que não vencia fora de seus domínios pelo Brasileirão há quase um ano – a última vez havia sido em 13 de setembro contra o Náutico em Recife. Ainda mais contra o Corinthians, até então com um aproveitamento perfeito como mandante Pacaembu – dez jogos e dez vitórias.
O tropeço dentro de casa mantém o Corinthians com 38 pontos na tabela de classificação. Em contrapartida, o Grêmio, depois de conquistar a primeira vitória fora de casa neste Brasileirão, subiu para 26. Dessa forma, o clube consegue ocupar a parte de cima da tabela, se aproximando do objetivo de brigar por uma vaga à próxima Copa Libertadores da América.


O jogo

O Grêmio uniu força com criatividade. Enquanto os volantes Adílson e Ferdinando anulavam Bruno César e Elias, os homens de armação do Corinthians, Douglas e Souza tinham espaço para dominar, pensar na melhor alternativa, lançar seus companheiros. Os dois meias gremistas contavam ainda com a ajuda de Gabriel, lateral que caía pelo meio, se revezando com Souza, confundindo a marcação alvinegra, que perdeu Ralf aos 13 minutos. Ele foi calçado por Douglas e torceu o tornozelo. Tentou voltar, não aguentou e foi chorando para o banco.
Com seus armadores anulados, o Corinthians dependia das raras subidas de Jucilei. Iarley e Jorge Henrique, isolados na frente, passarem a voltar para buscar o jogo. Então, o Timão embolou, perdeu senso tático e deu a bola para o Grêmio jogar com tranquilidade. Douglas comandava as ações no meio de campo. Aos 28 minutos, ele cobrou escanteio da esquerda. A bola foi rebatida e sobrou para Gabriel emendar de primeira, de pé esquerdo, que não é o seu forte. O tiro, que saiu forte, rasteiro, entraria no canto esquerdo, mas Julio Cesar se atirou e defendeu.
O Grêmio rondava a área corintiana com cada vez mais frequência. Aos 34, aconteceu o que parecia inevitável. Douglas recebeu pela esquerda, avançou, colocou a bola entre as pernas do zagueiro corintiano Paulo André e encheu a canhota, acertando o ângulo. Um golaço, que não foi comemorado pelo camisa 10. Campeão paulista e da Copa do Brasil no ano passado, pelo Corinthians, ele preferiu apenas abraçar os companheiros, sem festejar.
O Corinthians, acuado, só conseguia chegar em tiros de longe, sempre de Bruno César, que não acertou o alvo. O Grêmio estava mais perto de marcar o segundo do que levar o empate.

Segundo tempo

Na etapa final o jogo mudou completamente. O técnico Adílson Batista fez uma alteração importante. Tirou o lateral-direito Moacir, que não estava funcionando, e colocou o meia Danilo. O Timão, assim, passava a ter uma presença maior no meio-campo. Bruno César ganhou companhia, a bola passou a ser corintiana. E o jogo também.
Agora, o Grêmio não avançava. Limitava-se a afastar a bola de sua área em desesperados chutões. Aos 12 minutos, Bruno César arrancou pela esquerda e foi deslocado por Vilson, num golpe de ombro, na área. Pênalti. O zagueiro gremista, que já tinha amarelo, levou o vermelho. O Corinthians estava com a faca e o queijo na mão. Um pênalti para bater, um jogador a mais em campo. Iarley executou a cobrança. Tentava acertar o canto direito. O chute saiu fraco. Victor adivinhou e espalmou. Desespero nas arquibancadas do Pacaembu. Em seguida, Elias recebeu de Bruno César e cruzou. Iarley estava na pequena área. Finalizou, mas Rafael Marques, em cima da linha, salvou.
A pressão corintiana continuou - foram 23 finalizações alvinegras contra seis do Tricolor -, e o técnico Renato Portaluppi trancou o seu time. A ordem era afastar a bola da área. Chutão sem pudor. À medida que o tempo passava, os corintianos iam ficando cada vez mais nervosos. A bola parecia queimar. Os cruzamentos na área se intensificaram. Já não havia mais jogada trabalhada. Era pressão por todos os lados. Mas a pressa é inimiga da perfeição e após os cinco minutos de acréscimo, o juiz apitou para o fim da partida.

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