Marcelo Alexandre Becker/ON
Não é pelo aspecto físico que ele foi um dos melhores zagueiros do mundo, afinal tem apenas 1,78 de altura, e nem é tão forte como a maioria dos jogadores de sua posição. Mas ao contrário de muitos beques “botinudos”, Carlos Alberto Gamarra Pavón era muito técnico. Tinha um senso de colocação incrível, e não menos absurdo era o seu tempo de bola área, e os seus desarmes com carrinhos de precisão cirúrgica. Essas características, aliadas há um grande caráter, fezieram do tímido paraguaio ídolo nos clubes em que passou, e admirado por todos aqueles que apareciam o bom futebol. Em Passo Fundo acompanhando sua filha participa do evento de hipismo CSIO Mercosul da Juventude, que acontece no Haras MD, em conversa com O Nacional o craque falou como ainda continua ligado ao futebol, comentou a derrota do Internacional para o Mazembe, futebol paraguaio, e da triste situação que Salvador Cabañas está passando.
O cartola Gamarra
Gamarra começou no futebol no Cerro Porteño do Paraguai em 1991, e se aposentou em 2008, no também paraguaio Olímpia. Hoje, aos 39 anos, o zagueiro que não cometeu nenhuma falta na Copa do Mundo de 1998, é dirigente do Rubio Ñu, de Assuncion, onde o ex-gremista Arce é técnico. “Hoje sou apenas um cartola. Algumas pessoas pensavam que eu poderia virar técnico, mas acho que não teria paciência para isso, então sou um daqueles cartolas, que fica fora de campo só”, disse sorrindo, e orgulhoso ao contar que ele e Arce pegaram o time na segunda divisão do futebol local, e hoje o clube está na primeira. “Estamos fazendo um bom trabalho lá”.
A derrota colorada no Mundial
“O que todos precisam saber é que no futebol de hoje o físico quase iguala a parte técnica”. Foi assim que Gamarra começou a comentar a derrota do Internacional por 2 x 0 para o TP Mazembe no Mundial de Clubes. Mas o ídolo colorado criticou também a festa feita no Beira-Rio antes do embarque para Abu Dhabi. “Faltou concentração, faltou saber que um time africano tem condições de vencer, pois era apenas um jogo. É uma derrota que marca, pois o Internacional vem de grandes conquistas, mas não pode perder o foco, perder a humildade”.
O momento do futebol Paraguaio
A geração de Gamarra, Arce e Chilavert, fizeram o Paraguai ter em 1998 a sua primeira boa campanha em Copa do Mundo, onde foi eliminada no gol de ouro para a anfitriã, e depois campeã, França de Zinedine Zidane. Na África do Sul a história se repetiu. A Seleção paraguaia foi eliminada mais uma vez pela seleção campeã da Copa. O 1 x 0 nas quartas-de-final para Espanha marcou uma campanha ainda melhor do que em 1998, quando os paraguaios chegaram nas oitavas. “O futebol Paraguaio evoluiu. A geração de 1998 abriu as portas para os jogadores do nosso país irem para os grandes centros do mundo. Hoje nossos jogadores atuam na Europa, e isso ajuda muito na hora de disputar uma Copa, mas o futebol no país ainda sofre muito, mas estamos todos trabalhando para que nossa liga local seja forte”.
O drama de Cabañas
No dia 25 de janeiro de 2010, o atacante paraguaio salvador Cabañas, que defendia o América do México, foi baleado na cabeça. Desde então, a vida daquele que era apontado como principal esperança de sua seleção na Copa do Mundo se tornou um drama, primeiro por sua sobrevivência, agora por um suposto golpe que o empresário teria lhe dado. “O país todo está sofrendo com o Salvador. O empresário dele, que tem em seu nome todos os bens do Salvador, como fazendas e imóveis, está com prisão decretada. Todos estamos tentando ajudar o Salvador, mas é uma situação muito triste”, Finalizou Gamarra. O empresário José Maria Gonzáles teve seu pedido de prisão confirmada na última quarta-feira, com uma fiança estabelecida no valor de R$ 847 mil. O empresário foi levado ao Departamento Judicial da Polícia, em Assunção, e pode ainda ser transferido à penitenciária de Tacumbú, a principal do Paraguai.
O incontestável
· 2 min de leitura