Thiago Camilo mostrou que mudar de equipe após sete anos na Copa Caixa Stock Car foi uma decisão acertada. Agora na Ipiranga RCM do paranaense Rosinei ‘Meinha’ Campos, o piloto de São Paulo provou sua competitividade, faturou a abertura da temporada 2011, no Autódromo Internacional de Curitiba (AIC), e reconquistou a confiança na busca pelo seu primeiro título.
“Mudei de equipe depois de um longo tempo e estava receoso, não sabia como seria minha adaptação. De qualquer forma, a vitória me deixa confiante. Não poderia ter sido melhor”, garantiu o piloto de 26 anos. Completou o pódio o atual campeão Max Wilson (Eurofarma RC) e Ricardo Zonta (RZ Crystal Racing), segundo e terceiro lugares, respectivamente. Cerca de 30 mil pessoas prestigiaram a prova em Curitiba. A próxima disputa será no dia 3 de abril em Interlagos (SP).
Desde sexta-feira Thiago Camilo teve um carro bom. “O Meinha me recebeu de braços abertos e a adaptação foi rápida. Tanto que liderei dois treinos, fui segundo no outro. Fiquei de fora do Q2, mas sabia que tinha um equipamento para andar bem, só não esperava ganhar, porque a categoria é equilibrada e largar mais atrás é sempre complicado”, explicou o piloto, 11º do grid.
No ano passado, Camilo ficou fora da Super Final e na última prova, justamente em Curitiba, bateu em Allam Khodair. Fechou o ano de forma melancólica. “Aquilo me abalou demais, não queria nunca ter errado.”
Max Wilson, outro piloto comandado por Meinha, disse ter ficado satisfeito com o segundo posto. Para ele, não havia como ultrapassar o vencedor, e seu objetivo foi conquistado. “Queria sair com o máximo de pontos possíveis. Hoje não deu para vencer, mas fiz uma boa corrida. Consegui me recuperar depois do pit”, disse o campeão. Ele teve de esperar a parada de Ricardo Maurício e isso poderia ter lhe custado o pódio. “Mas o carro estava muito bom e busquei todas as posições. Só faltou mesmo passar o Thiago, mas ele estava em ritmo muito forte”, disse Max.
Ao lado de Thiago Camilo no grid (12º), o paranaense Ricardo Zonta escalou o pelotão e fez sua festa no pódio. Segundo o ex-piloto da Fórmula 1, o acerto para a classificação não foi o melhor. “Para a corrida, a gente mudou algumas coisas na configuração e na prova deu tudo certo. Fiz uma largada cautelosa, tentei escapar dos toques, cai para 16º. Quando entrou o Safety Car, aproveitei e parei logo. Esse pódio foi ótimo”, explicou o paranaense.
E foi a escapada do paranaense Lico Kaesemodel (RCM Motorsport), na volta 8, que alterou o rumo da corrida. A direção de prova autorizou a entrada do Safety Car e a maioria dos pilotos aproveitou para fazer suas paradas obrigatórias nos boxes. O pole Marcos Gomes (Medley Full Time) teve problemas na troca dos pneus, perdeu muitas posições e deu adeus à vitória. Quando foi dada a relargada, Felipe Maluhy (Officer ProGP) assumiu a ponta, seguido por Diego Nunes e Denis Navarro, ambos da Bassani Racing. Como os três não tinham parado, foi questão de tempo perderem a posição para Thiago Camilo.
Nas últimas voltas, e com Max Wilson e Ricardo Zonta sob controle no retrovisor, Camilo ouviu as seguintes parlavras do chefe de equipe André Bragantini: “traz o carro para casa, é nosso!” Em seguida, o piloto fez inúmeras vezes o sinal da cruz e recebeu a bandeirada comemorando muito. Antes de ir ao pódio, invadiu a pista e foi comemorar com a torcida. “Foi uma forma de desabafar porque 2010 foi mesmo muito ruim para mim”, contou. “na penúltima volta meu motor falhou não sei o que aconteceu, mas pode ter sido coisa da minha cabeça. Porque nessas horas a gente escuta de tudo”, brincou o vencedor.
A principal categoria do automobilismo nacional fará sua segunda etapa da temporada 2011 daqui duas semanas, dia 3 de abril, em Interlagos. A expectativa é de muito equilíbrio, uma vez que o circuito paulistano é bem conhecido da maioria dos pilotos. O piloto passo-fundense Claudio Ricci não pontuou chegando em 17º lugar.