Que a vida de goleiro não é fácil está todo mundo cansado de saber. Começam a treinar antes do grupo e terminam depois, todos os dias, e perdem a conta dos saltos e defesas que têm de fazer sob o comando e os chutes do preparador Francisco Cersósimo.
Treino de goleiro, por isso mesmo, parece não acabar nunca. Depois da atividade tática desta quarta-feira, foi a vez do complemento, ou seja, exercícios de conclusões. Primeiro, com triangulações, que passavam pelos cruzamentos dos lados do campo e terminavam com chutes à queima-roupa - na cara dos goleiros. Depois, com requintes de crueldade, começou o pelotão de fuzilamento. Enfileirados na entrada da área, um a um os jogadores de linha soltavam o pé com vontade para os goleiros se virarem para tentar defender. Os atacantes não perdoam. Capricham no chute, quanto mais forte melhor, para ter o prazer de ver o goleiro se esticar todo e nem assim evitar a bola no fundo da rede. Pior, para os goleiros, que não adianta reclamar. Afinal, quem mandou escolher ficar de debaixo da trave. Só lhes restam palavras de incentivo mútuas quando um deles consegue fazer uma grande defesa. E aguentar ainda por cima as gozações dos companheiros que fazem os gols. “Toma! Segura! Defende essa que eu quero ver!”, são o que os demais jogadores falam para os três goleiros após balançarem as redes nos treinos da Seleção.