Assim que chegou ao Grêmio, Julinho Camargo definiu o 4-4-1-1 como seu sistema tático preferencial. É o mesmo modelo utilizado por Falcão, de quem era auxiliar, no Inter: duas linhas de quatro, com meias abertos pelos lados auxiliando os laterais na marcação, e um organizador ofensivo aproximando-se do único atacante.
Neste contexto, não há espaço para Miralles. O atacante argentino, recém egresso do Colo Colo - para quem o Grêmio pagou US$ 2,3 milhões pelos direitos, assinando contrato de três anos - é reserva.
Pelos lados, os titulares são Leandro e Escudero. E Douglas se encarrega de fazer a ligação com André Lima. Julinho Camargo, na verdade, ainda não definiu onde Miralles pode ser utilizado:
- Eu ainda não tenho uma posição final para definí-lo. Ele é um atacante, ou um centroavante, de movimentação. Ele joga perto do gol, não é atacante de beirada para jogar em cima da linha lateral. Ele tem que jogar por dentro, tem muita qualidade e o objetivo do gol. Aos poucos estamos ganhando entendimento para que ele possa ser mais útil.
Miralles atuou apenas duas vezes pelo Grêmio, entrando durante o segundo tempo no empate com o Avaí e na derrota para o Cruzeiro. Nestes poucos minutos somou seis finalizações - três delas corretas. Leandro, meia com maior atribuição ofensiva no 4-4-1-1 de Julinho, já atuou em cinco jogos do Campeonato Brasileiro - quatro como titular, e em três deles como atacante: também fez seis finalizações, apenas uma na direção do gol.
- É um jogador que eu gostava muito de fora para dentro. Ele é um menino, e precisa de uma lapidação. Como eu trabalhava com jovens é fácil fazer essa observação. (...) O processo da modificação do jogo dos juniores para o profissional tem muito a ver com o embate físico. O Leandro subiu com 17 anos, tenho que entender que ele precisa desse processo de lapidação. Ele sofre quedas, mas não por má intenção dele - avaliou o treinador.
Milhões no banco
· 1 min de leitura