Léo conta como foi sua temporada na Suécia

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Quando relacionamos futebol e Suécia, algumas coisas aproximam o país da Escandinávia ao Brasil, como por exemplo a final da Copa do Mundo de 1958, quando conquistamos o título pela primeira vez, e também a semi de 1994, quando com gol de Romário a nossa seleção garantiu vaga na final em que foi tetra. Mas os passo-fundenses agora ao escutarem em falar de futebol sueco, certamente irão se lembrar de Leonardo Utzig Nunes.

O caminho até a Suécia

Conhecido apenas por Léo no interior gaúcho, o lateral direito jogou no Passo Fundo, Gaúcho, Ipiranga de Sarandi, Riograndese-SM, Rio Grande, Ipitanga da Bahia, e Luverdense, do Mato Grosso do Sul, onde seus planos como jogador profissional mudaram. Com propostas para voltar a jogar no Rio Grande do Sul, Léo resolveu arriscar. “Um amigo meu, que jogou comigo no Luverdense estava no Syrianska, da 5ª divisão da Suécia, e me perguntou se eu tinha interesse de jogar lá. Eu disse que sim, e no início de junho fui para fazer um teste, que era jogar um amistoso”. Após bom rendimento no amistoso, Léo deixou o campo com a certeza que seria contratado, mas algo melhor aconteceu. “Eu joguei bem, fiz gol. Os caras gostaram de mim, mas quem gostou mais ainda foi o adversário, o Karlslunds, que momentos após o término da partida me ofereceram um contrato, que aceitei prontamente”. O Karlslunds é um clube da cidade de Örebro, cidade com pouco mais de 95 mil habitantes, localizada na província de Närke, a aproximadamente duas horas da capital Estocolmo.

Assinou contrato e ganhou um presente

Tudo ia saindo melhor do que o esperado. Em um amistoso Léo deixou um time da 5ª divisão e foi jogar a 4º. Mas ao mesmo tempo tudo era novidade para o passo-fundense de 27 anos. Primeiro as diferenças básicas, como idioma, clima e comida. Mas foi após a assinatura do contrato que Léo foi apresentado a uma característica dos cidadãos de Örebro. “Olha, na hora eu até fiquei com vergonha... pensei ‘o que eu estou fazendo aqui’. Foi assim: assinei o contrato com eles, e o diretor do clube cumprimentou e disse ‘está aqui o seu meio de transporte na cidade’, e me deu uma bicicleta”. Após o impacto constrangedor do presente, já que quando se falou em meio de transporte se espera um carro, Léo passou a entender melhor como as coisas funcionam na cidade. “É incrível, todo mundo anda de bicicleta. Na rua pode ser visto desde crianças, adultos, até executivos vão para o trabalho de bicicleta, assim como o pessoal do time. A cidade é plana, isso facilita bastante. Eu moro a 14 km de distância do centro de treinamentos, e pedalando já chegava aquecido para trabalhar (risos). Hoje eu entendo como é lá, e conto com orgulho do presente que me deram.

Em campo

Léo chegou no Karlslunds no final do primeiro turno da 4ª divisão, e logo passou a ser titular. “Aqui no Brasil eu jogo de lateral, lá eu fico no meio de campo, mais avançado como um meia mesmo”, disse o jogador, destacando ainda o estilo do futebol sueco. “Eles jogam muito com a chamada bola longa, e isso foi difícil no início. Outra coisa que estranhei é o fato de todos os campos serem de grama sintética”. O saldo final da temporada de Léo foi positivo. O Karlslunds subiu da 4ª para a 3ª divisão, e em seis meses o jogador que disputaria a 5ª divisão, tem proposta para seguir no time e jogar a terceirona. Atualmente Léo está no Corinthians de Caicó, do Rio Grande do Norte. “Como estava de férias, recebi o convite de jogar a primeira divisão do estadual de Rio Grande do Norte e aceitei, mas só fico lá até março. Meu objetivo é continuar na Suécia, me destacar novamente para tentar jogar na Holanda, ou no ‘mundo árabe’”, finalizou o passo-fundense que já é quase um nativo da Escandinávia.

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