Apesar de o futebol ser um esporte onde o improvável costuma ser um visitante frequente, existem alguns fatores que não deixam margens para surpresas, e um deles é em relação a investimento. Um time que quer brigar por títulos precisa investir, contratar bons jogadores, pagar bons salários, realizar constantes melhorias de sua estrutura etc. A maioria dos grandes clubes do futebol brasileiro encontra nas chamadas cotas de televisão as suas principais fontes de renda, sendo que poucos são os que vivem de seus torcedores/sócios, uma vez que o arrecadado com vendas de ingresso é tratado como irrelevante, e vale destacar que, para o Campeonato Brasileiro da Série A por exemplo, o ingresso mais barato custa R$40.
O interior gaúcho
A realidade dos clubes do Campeonato Gaúcho da Divisão de Acesso é ainda mais complicada. Sem o apoio das cotas referentes aos direitos de televisão, nem grandes contratos de patrocínios, os times do interior gaúcho tentam sobreviver com vendas dos planos chamados Sócio Torcedor, e da renda dos jogos, o que representa, diferente do que ocorre para os clubes grandes, uma grande fonte de arrecadação. Assim, para a segunda fase da competição, houve um aumento nos valores dos ingressos para os jogos dos times do Grupo 3 da Divisão de Acesso, o que, claro, gerou reclamação da maioria dos torcedores que costumam frequentar os estádios.
O Esporte Clube Passo Fundo, que na primeira fase cobrava R$ 10, o ingresso para arquibancada, e R$ 20 para cadeira, aumentou para R$ 15 e R$ 25 respectivamente, além de passar a cobrar para o público feminino, que antes tinha entrada livre, agora pagará R$5. O presidente Selvino Ferrão explica o acréscimo nos valores através da qualificação do time. “Nosso elenco é bom, e para a segunda fase foi reforçado por jogadores da primeira divisão, tudo para tentarmos o acesso, tudo para qualificar o time. Precisamos que o torcedor entenda isso, e que continue nos apoiando.” Já o vice presidente administrativo, Ronaldo Mognon, lembra que as despesas do clube não são apenas os salários dos jogadores. “Temos parcelamentos com o INSS, energia elétrica, manutenção do estádio, alimentação dos atletas, viagens, várias despesas que temos que honrar mensalmente”.
No Grupo 3
Dos clubes adversários do Passo Fundo nesta fase, quem cobra o ingresso mais barato é o Brasil de Farroupilha, sendo que o mais caro quem paga é o torcedor do Brasil de Pelotas. Confira os valores dos ingressos de arquibancada dos clubes do Grupo 3:
Brasil de Farroupilha – R$ 12
Passo Fundo – R$ 15
União – antecipados R$10, no dia do jogo R$15
São Paulo – antecipados R$15, no dia do jogo R$20
Riograndense – antecipados R$10, no dia do jogo R$20
Brasil de Pelotas – R$20