Uma grama bem nutrida, aparada e vacinada

Para o Gauchão 2013 o Esporte Clube Passo Fundo já tem uma grande estrela: o gramado do Vermelhão da Serra

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O gramado é onde o jogador pisa, é onde a bola rola. Quando sem imperfeições é chamado de “tapete verde”. E tem, ainda, aquela máxima futebolística do repórter que diante de um exuberante gramado exclamou “até dá vontade de pastar”. Mas, desejos a parte, os gramados estão cada vez mais bonitos.

A grama recebe atenção especial. E muita tecnologia. Dos campos que mesclavam grama com rosetas e barba-de-bode, os gramados melhoraram nos estádios e agora evoluíram em tempo de modernas arenas. A perfeição de um gramado está diretamente associada à qualidade do espetáculo, garantindo um palco digno dos grandes talentos do futebol.

A recuperação de um gramado

Para o Gauchão 2013 o Esporte Clube Passo Fundo já tem uma grande estrela: o gramado do Vermelhão da Serra. É um autêntico tapete verde, macio e consistente. Resultado de um trabalho científico do engenheiro agrônomo Jairo Lang, que representa a empresa espanhola de fertilizantes Alfredo Iñesta.

Ele assumiu a responsabilidade em setembro e os excelentes resultados já são impressionantes. Até parece um milagre, mas é apenas fruto de muita tecnologia. É um trabalho científico, com uso de modernos defensivos e fertilizantes, além de técnicas adequadas para cortar o regar o campo.
Em setembro o primeiro diagnóstico. “O correto no momento era um novo gramado, o que representaria um custo em torno de 70 mil reais”, explicou Jairo. Um dos fatores para a troca do gramado é qualidade da grama. O ideal seria a utilização da espécie bermudas. A qualidade atual é uma mistura, com apenas 5% de bermudas e outras espécies como a sempre viva. Mesmo assim optaram por recuperar o gramado. “A drenagem é muito boa, isso facilita a recuperação”. O campo tem uma boa curvatura, pois em 35 metros, de lateral para lateral, oscila nove centímetros.

Do deserto para o Vermelhão

Para um diagnóstico preciso, Jairo Lang enviou amostras do gramado e das raízes para laboratórios da UPF e da UFRGS. Os resultados auxiliaram na definição do tratamento, atacando as doenças que afetavam as plantas.

A grama forte e bonita também é resultado dos fertilizantes aplicados. “São produtos utilizados em gramados localizados em desertos, como na Argélia e Marrocos”, explica Jairo. A grama cresce seis centímetros por semana. Isso demanda dois cortes semanais, um mais drástico e outro mais leve. “Mudamos o corte para a orientação transversal, permitindo o efeito de faixas, que facilita o trabalho dos bandeirinhas e a orientação dos jogadores”. Outro detalhe é calibragem dos pneus da máquina de cortar grama, evitando cortes que possam prejudicar o campo.

O cuidado com a grama inclui também a aplicação de vacinas, imunizando as plantas ao ataque de algumas doenças. Outra preocupação é com a contaminação. Jairo Lang lembra que “as chuteiras transportam pedaços de grama e solo de um jogo para o outro, levando moléstias de um campo para outro”. Para evitar essa forma de contaminação no Vermelhão da Serra serão instalados tapetes pedilúvios com uma substância desinfetante. Antes de entrar no gramado os jogadores, arbitragem, policiais e repórteres pisam no tapete e desinfetam o solado dos calçados, evitando a contaminação da grama.

O palco está garantido. Que venham os artistas.

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