Quase centenário, o Sport Clube Gaúcho foi fundado em 12 de maio de 1918. No último domingo, completou 95 anos. Um clube que é um referencial de Passo Fundo na história do futebol do Rio Grande do Sul. O Gaúcho de Passo Fundo de muitas equipes que marcaram época. Dentre tantas formações, era respeitado e até temido pelos adversários nos anos 1960 e 1970. Enfrentar o Gaúcho no Estádio Wolmar Salton não era tarefa fácil. Muito menos tentar passar pela famosa dupla de zaga formada pelos irmãos Pontes. Driblá-los, então, seria para os incautos.
Mas, nessa época, o Gaúcho também era temido pelos seus atacantes. O mais conhecido, Bebeto, o “Canhão da Serra”, silenciava a torcida adversária em sua própria casa. Para isso, bastava que ele recebesse a bola. É claro que antes e depois dessa época o Gaúcho também teve equipes que marcaram e tantos outros grandes nomes em seus elencos. Para marcar os 95 anos do clube, haveria um jantar reunindo dirigentes e imprensa, como ocorreu nos últimos anos. Agora, no entanto, a atividade foi suspensa em respeito ao falecimento de Jenoíno Tonial, diretor, conselheiro e advogado do Sport Clube Gaúcho.
Instituição vitoriosa
“Nós somos o Gaúcho de Passo Fundo, com 95 anos de história”, disse ontem o presidente Gilmar Rosso. “Diziam que o gaúcho estava morto e sepultado, mas nos últimos anos está mais vivo do que nunca”, completou. Mesmo sem comemorações, foi elaborado um selo alusivo aos 95 anos do clube.
Do atual elenco, jogadores experientes como Adilson, que também vestiu a camisa do Gaúcho em outras oportunidades, valorizam os 95 anos. “Tem muitas conquistas, peguei a fase vitoriosa”, explica. E completa: “a instituição é vitoriosa, nada tira isso”.
Acostumado a marcar gols pelo território rio-grandense, o experiente Sandro Sotilli lembra a importância do Gaúcho no futebol do estado. “É um orgulho vestir uma camisa tão emblemática, pelo que significa para o futebol gaúcho”. E, como não tá morto quem peleia, o Sotilli lamenta a má fase, mas promete reação. “Vamos jogar tudo no segundo turno”. Palavra de goleador, que pode se transformar em um presente pelos 95 anos do Gaúcho.
Começar de novo
O Gaúcho disputa a Divisão de Acesso, hoje denominada como Série A-2. Fez péssima campanha no primeiro turno, quando perdeu todas as oito partidas disputadas. Agora há um recesso e a segunda fase começa no próximo dia 22. Começa, assim, uma nova fase para o Gaúcho, que trouxe o técnico Leco, dispensou alguns jogadores e contratou outros. Os trabalhos prosseguem, centralizados na Educação Física da UPF. Roberto Ciaparini assumiu o treinamento dos goleiros e espera repetir desempenhos obtidos pelos arqueiros que treinou em campanhas anteriores.
Sandro Sotilli, que praticamente não atuou no primeiro turno, está recuperado de uma lesão. Seu retorno é, no mínimo, um incentivo para a equipe. A ideia é passar uma borracha na primeira fase e começar de novo. O primeiro trabalho foi com a cabeça dos jogadores, mostrando que a partir de agora é vida nova. E, de fato, é uma nova etapa. Prova disso é que, independente da péssima campanha até agora, bons resultados podem representar muito. Bem mais do que fugir do rebaixamento, uma campanha vitoriosa no segundo turno pode classificar para decidir o turno e, ainda, o próprio título. Do inferno ao céu, esse pode ser o caminho para esse venerável aniversariante que completa 95 anos de muito futebol.