Está na moda trocar um estádio por uma arena. O Sport Clube Gaúcho entra nesse embalo e, depois da venda do lendário Estádio Wolmar Salton, prepara a construção de uma moderna arena. Será a Arena Wolmar Salton, que será erguida em área doada pela Prefeitura de Passo Fundo e localizada nos fundos do Ginásio Teixeirinha. O projeto, de autoria do engenheiro Jorge Rossatto, é de uma moderna praça esportiva com capacidade para 10 mil espectadores. De acordo com o presidente do Gaúcho, Gilmar Rosso, a intensão é iniciar a obra o quanto antes, pois “temos que ter a nossa casa”, disse ontem.
A área disponível é de 3,75 hectares. “O primeiro passo é a ideia, a necessidade e a vontade em construir”, explicou Rosso. O segundo passo é a terraplenagem, que deverá ser feita nos próximos dias pelo município.
Depois das máquinas
A obra, apesar da dimensão, não terá um custo muito elevado, pois a proposta é o aproveitamento das condições do relevo. Assim, as arquibancadas sociais ficarão na parte mais elevada, ao mesmo nível do ginásio, enquanto o campo ficará em um patamar inferior. O custo da obra fica em torno de 10 milhões. “Aproveitando o próprio terreno, não teremos muitas fundações e assim barateia a obra”. A Arena Wolmar Salton será construída em etapas. E vai começar pelas sociais. “Vamos trazer as 980 cadeiras do estádio Wolmar Salton para cá”, explicou o presidente. O estádio foi vendido ao Hospital São Vicente e, conforme explicou, na negociação as cadeiras eficaram à disposição do clube.
“Estamos aguardando as máquinas e logo em seguida vamos começar a obra por ali”, mostrou, ontem, com entusiasmo Gilmar. A campanha do cimento já foi elaborada e será apresentada imediatamente após o início da terraplenagem. A prática será a mesma aplicada nos últimos anos, sem arrecadar dinheiro e apenas receber doações em materiais.
Pressão da torcida
O modelo arena vai de encontro ao comportamento da torcida do Gaúcho. O presidente fala emocionado sobre a fidelidade do torcedor “que é diferente dos outros, pois vai a campo para torcer e incentivar”. Entende que, em uma arena, terá um palco ainda mais integrado à plateia do que no velho estádio. “Será uma bombonera e os adversários irão tremer”, projetou, ontem, em meio às barbas- de-bode que guardam o lugar para o gramado.
A proposta pode parecer arrojada. Mas não é um sonho impossível. Surge como uma sequência natural para o gaúcho, adaptada aos novos tempos. Um palco moderno para reeditar o velho estádio e amplificar o grito da torcida. Um teatro para o futebol, com o calor da torcida e sua característica pressão. Uma proposta que lembra La Bombonera. Uma bombonera em Passo Fundo, a Arena Wolmar Salton do Sport Clube Gaúcho.