Seleção de judô disputará Grand Slam de Paris

Determinações da Federação Internacional de Judô vão desde a pesagem até pontuações de eventos para a classificação olímpica

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Os judocas brasileiros entrarão no tatame do Grand Slam de Paris, no próximo fim de semana, colocando em prática as novas regras determinadas para a modalidade durante o ciclo 2014-2016. Em seminário pan-americano promovido pela Federação Internacional de Judô (FIJ) nos dias 17 e 18 de janeiro, em Fort Lauderdale, na Flórida (Estados Unidos), foram alterados importantes critérios e normas para os campeonatos, que passam pela pesagem dos atletas, pelo tempo de luta e até mesmo pela pontuação dos eventos para a classificação olímpica.

As mudanças têm dois objetivos principais: tornar a modalidade mais popular e mais dinâmica. “O propósito é tornar o judô um esporte de mais fácil entendimento para o público em geral que assiste pela televisão e também mais dinâmico, em função desse desejo de ser popularizado”, explica o gestor técnico nacional e de eventos da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Robnelson Ferreira. Assim, ficaram mais claros, por exemplo, os critérios para as três pontuações dadas pelo árbitro (ippon, waza-ari ou yuko) e para casos de punição (shido) para determinadas entradas de golpes e para a saída da área de combate.

Mas as alterações também deverão beneficiar os atletas durante os combates. Foram modificadas as dimensões do quimono (judogui), de maneira a facilitar a pegada firme, com uma manga mais comprida e uma gola mais fechada. As fábricas deverão ter um prazo até maio — quando passa a valer o novo ciclo olímpico — para aplicarem as medidas. Além disso, as competições mais importantes do calendário, como Mundial e World Masters, terão uma pontuação ainda maior na contagem para a classificação olímpica.

Especificamente para as mulheres, foi alterado o tempo de luta. Agora, os confrontos femininos terão quatro minutos de duração, enquanto os masculinos permanecerão com cinco. De acordo com Robnelson, a determinação foi resultado de pesquisas científicas. “Chegaram à conclusão de que as mulheres sofriam um desgaste muito grande para lutar dentro do tempo estipulado para os homens. Quatro minutos é o tempo adequado para que elas atinjam a melhor performance. Depois disso, começam a decair”, comenta o gestor.

Outra adequação baseada em estudos foi em relação à pesagem. As novas regras determinam que atletas das categorias Júnior e Sênior sejam pesados na véspera da competição. Os demais judocas passarão pela balança no próprio dia de luta, pela manhã. “Foram analisados 10 mil combates para saber se a pesagem no dia anterior era prejudicial ou não e foi constatado que menos de 1% dos atletas chegavam no dia seguinte com o peso 5% superior ao limite da categoria. Ou seja, eles não exageravam na ingestão de alimentos para repor a perda de peso”, explica Robnelson. Assim, no dia da luta, serão sorteadas quatro pessoas por categoria para, 40 minutos antes do combate, passarem por uma nova pesagem.

Já em casos de dopagem, foi estabelecido que o atleta envolvido perderá não apenas a medalha como também a classificação. “Antes, se o judoca campeão fosse pego no exame, ele perdia a medalha, mas ninguém assumia o posto dele. O primeiro lugar ficava vago. Chegaram à conclusão de que isso era uma injustiça”, aponta o gestor técnico. Dessa maneira, cada atleta subirá um degrau no resultado final.

Graças à ampla comissão técnica que apoia os trabalhos da Seleção Brasileira de judô e à estrutura disponível para a modalidade no País, Robnelson acredita que a adaptação será rápida. Para discutir as novas regras, a CBJ realizará, entre os dias 7 e 9 de fevereiro, o Seminário de Arbitragem e Capacitação Técnica Nacional, no Rio de Janeiro. O evento contará com a participação de árbitros com graduação de FIJ A (nível mais alto), coordenadores técnicos das cinco regiões e membros da área técnica da confederação.

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