Os atos racistas contra o volante Tinga indignaram o diretor de futebol do Cruzeiro, Alexandre Mattos. Segundo ele, "a humanidade sofreu um grande retrocesso com as atitudes da torcida do Real Garcilaso". Na noite desta quarta-feira, o jogador Tinga, foi vítima de racismo por parte dos torcedores do Real Garcilaso, na cidade de Huancayo, no Peru, na estreia da equipe na Taça Libertadores 2014.
O dirigente aformou que o clube mineiro fará uma representação diante da Conmebol contra os peruanos. "Não vai ficar assim. Se precisar ir à Conmebol e o que tiver de fazer, nós vamos fazer. Eles têm que aprender que futebol é coisa seria", explicou Mattos.
A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) informou por meio do Twitter, que considera a situação inaceitável e julgará o caso. Punições como multa, perda de mando de campo, jogar com portões fechados e até a eliminação da Libertadores podem ser aplicadas ao time peruano.
Outras manifestações
Em seu twitter, a presidenta Dilma Rousseff lamentou o ocorrido. “Foi lamentável o episódio de racismo contra o jogador Tinga, do Cruzeiro, no jogo de ontem, no Peru". Ao sair do jogo, Tinga disse que trocaria seus títulos por um mundo com igualdade entre as raças. Acertei com a ONU [Organização das Nações Unidas] e a Fifa [Federação Internacional de Futebol], que a nossa #CopaDasCopas também será a #CopaContraORacismo, porque o esporte não deve ser jamais palco para o preconceito", escreveu a presidenta.
A Confederação Brasileira de Futebol enviou nota repudiando toda e qualquer forma de preconceito dentro de fora de campo. Segundo a nota, Tinga não é o primeiro jogador brasileiro a sofrer preconceito nos gramados. Neymar, Marcelo, Diego Maurício, Roberto Carlos, Hulk e outros já foram também alvo dessa prática que fere as mais elementares normas de civilidade. "Não só como presidente da CBF, mas, sobretudo como amante do futebol, tenho o dever de repudiar essa prática absurda de racismo que continua acontecendo nos estádios. O futebol é símbolo de congraçamento, de alegria e não de demonstrações de preconceito e intolerância", comentou o presidente da CBF, José Maria Marin.