Camisa 9 da primeira seleção olímpica brasileira a conquistar uma medalha de prata, em 1984, o passo-fundense Kita avalia a seleção Canarinho. “Futebol é conjunto”, assim resume a equipe que estreia hoje na Copa do Mundo. Para ele, Neymar é um grande jogador, “fora de série”. Porém é necessário entender que ninguém joga sozinho, uma andorinha só não faz verão. O mais importante é o elenco estar unido em prol do Hexa. “Acham que o Neymar vai fazer milagre. Não, ele não fará Milagre. Ele vai jogar normal, como um atleta diferenciado, mas a cobrança e a expectativa estão muito grandes, só em cima dele. Futebol é coletivo e não individual. Neymar não joga tênis”, brinca Kita.
Falando em ataque
Centroavante, do último toque antes da bola descansar no fundo da rede, Kita começou a jogar profissionalmente em 1978. Foi artilheiro do Campeonato Gaúcho e também do Campeonato Paulista. E para ele, que de ataque entende muito, Felipão escolheu os melhores atacantes brasileiros na atualidade, “quem está bem”. Kita comenta que Fred e Jô têm o mesmo estilo de jogo que ele. “No futebol diminuiu a força ofensiva, se joga com quatro, cinco e até seis meios-de-campo. E isso dificulta bastante a vida do atacante. Mesmo assim os dois são parecidos com o Kita: chutam com a perna esquerda, com a perna direta e cabeceiam”. Ele também não esquece Hulk, que é um atacante diferenciado na parte física e tem uma potência no chute. “Por isso o apelido de Hulk, um cara muito forte. Taticamente ele pode ser melhor, mas vai render. Felipão sabe o que faz”, diz Kita.
Felipão
O atual técnico da seleção brasileira e também passo-fundense, Felipão, é lembrado por Kita. Quando ele tinha um pouco mais de 20 anos, e atuava no Juventude, Felipão a recém chegava ao clube de Caxias, ainda como treinador das categorias de bases. E o primeiro contato entre os dois como jogador e treinador começou em meados dos anos 80 quando o clube foi convidado para jogar um torneio na Ásia. O técnico da equipe principal do Juventude na época, Daltro Menezes, por algum motivo não queria viajar de avião e no seu lugar acabou indo o Felipão. Depois disso Kita foi para o Internacional e Felipão para o Brasil de Pelotas.
Seleção
Jogar na seleção sempre foi e sempre será um sonho para qualquer jogador de futebol. Kita diz que desde o início no Gaúcho almejava vestir a amarelinha. Atuava no Inter quando foi convocado, com mais 10 atletas do elenco colorado, para a Seleção Olímpica. Acabaram perdendo a final para a França, que dois anos depois acabou eliminando o Brasil na Copa do mundo nas quartas-de-final nos pênaltis. Kita não foi convocado para seleção principal, mas mesmo assim para ele ser convocado para seleção olímpica já é uma experiência de vida muito enriquecedora. “Um acontecimento bonito. Você viaja para outro país. Uma coisa maravilhosa, ficamos deslumbrados e isso nunca sairá da cabeça de quem esteve lá”.