Invasão holandesa é o ponto alto da Copa no Estado

Torcedores pintaram a cidade de laranja, numa animação que tomou conta do trajeto até o estádio Beira-Rio

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Um mar de gente, um mar laranja, tomou conta do Centro de Porto Alegre na manhã desta quarta-feira. Um carro de som puxava mais de 30 mil pessoas, primeiro na Orange Square (Praça Laranja), como os holandeses batizaram o Largo Glênio Peres, junto ao Mercado Público, e depois no Caminho do Gol, ao longo da avenida Borges de Medeiros até o Estádio Beira-Rio. Para se ter noção de quanta gente estava presente, a multidão abrangia o espaço entre o Shopping Praia de Belas e o Estádio Beira-Rio. Não havia um espaço vazio.

A festa era holandesa, o idioma, as músicas, tudo do país europeu. Mas o que se via era uma integração total entre diferentes povos. Adversários na Copa do Mundo, no jogo às 13h, os Australianos também prestigiavam o evento.  

 “Eles são muito amigáveis. Nos sentimos à vontade para vir à festa. Vamos curtir aqui com eles e ir juntos para o jogo. Mas quem vai ganhar hoje é a Austrália!”, disse Vicent Schiafone, 25 anos, de Melbourne, barista. Australianos vestidos de Koala eram uma das diversões. Os amigos Joshua, Pen e Matt, todos com 28 anos, se aproveitavam do friozinho da Capital com a fantasia do animal nativo da Oceania.

“Viemos conhecer a natureza brasileira”, brincava Josh, enquanto tirava foto abraçado a torcedoras gaúchas. “Vamos ver nossa seleção ganhar”, completou.

Sentimento de Copa

Do alto dos prédios, a vizinhança também se divertia. Buzinavam, jogavam serpentinas. Tudo era motivo para aplausos e gritos. No Viaduto Otávio Rocha, havia gente por todos os lados. “Acho que é a coisa mais bonita que já vi em Porto Alegre”, afirmou o morador do Centro, Lucas Giacomelli, 28 anos.

O sentimento da Copa contagiava quem passava próximo ao Largo Glênio Peres ou ao Caminho do Gol. Eram máquinas fotográficas e celulares ao alto, todos gravando. Sorrisos estampados. “Essa festa é maravilhosa. Porto Alegre, ao longo do tempo, se tornou uma cidade que promove a integração entre os povos. É uma cidade de paz. Aqui, israelenses e palestinos convivem tranquilamente. Os porto-alegrenses começam a entender agora o verdadeiro sentido da Copa do Mundo. Esse espírito de paz e convivência”, apontou o prefeito municipal José Fortunati, logo após dar boas-vindas aos visitantes.

Um transeunte, ao ver todo o povo que passava disse: “Nunca vi tanto gari junto”. Ele brincava fazendo referência à cor laranja do uniforme dos varredores. Mas estes também estavam ali. Maria Luísa Oliveira, gari, limpava as ruas da Borges de Medeiros, enquanto passavam os visitantes e, mesmo trabalhando, divertia-se e declarava sua torcida. “Muito bonita a festa e estou preparada! Vou torcer por eles”, divertiu-se, apontando para sua vestimenta.

Conquistado pelo Estado
Quem chegava ao Largo Glênio Peres, via uma monocromática Orange Square. Contudo, em meio a tanto laranja, um torcedor se destacava. Era um holandês completamente pilchado, com trajes típicos gaúchos. Do lenço à bota, tudo era laranja. Roland Fraterman, 41 anos, é mecânico de navios e mora Sapucaia do Sul há 21 anos. Chegou ao Rio Grande do Sul durante um período de férias e nunca mais voltou ao seu país natal.

“Passei férias aqui, há 21 anos. Gostei tanto que nunca mais voltei para a Holanda”, conta Roland. Hoje, com esposa e três filhos, e acompanhado de um deles, Lupom Kevin, de 16 anos, colorado fanático, viu na Copa do Mundo uma oportunidade de entrar em contato com sua cultura nativa. “Fiquei muito feliz com o sorteio que trouxe a Holanda para cá. Vou poder assistir à partida da minha seleção!”, disse o holandês.

Portal da Copa RS

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