Egidio Reolon, natural de Serafina Corrêa, foi lateral-direito do Independente e do 14 de Julho. Reolon também jogou em Tapejara e Getúlio Vargas. Foi treinador com diversas passagens pelo 14 de Julho. Como jogador viveu mais como uma experiência. Ele conta que seu sucesso veio mais como treinador. “Como jogador eu não me destaquei muito. Eu me destaquei mais treinando o 14 de Julho. Treinei de 1961 a 1965, ai parei, mas acabei voltando mais duas vezes depois. Em 1977 eu voltei, o clube havia sido rebaixado para segundo divisão, e com muito trabalho, conseguimos voltar para a primeira divisão novamente”, relata Reolon. O ex-treinador, que do futebol passo-fundense entende bastante, comenta sobre o futebol do município, as copas do mundo que viu e ouviu e faz até um paralelo sobre o futebol daquele tempo e o atual.
Verardi, Zangão, Vacaria e Kita, todos com passagens pelo Internacional, foram nomes que Reolon comandou dentro da área técnica do 14 de Julho. O artilheiro Kita, que já havia jogado no Gaúcho e depois de servir no exército, jogou no 14 de Julho. Foi um dos comandados pelo Egidio Reolon. “Ele era o técnico e me aproveitou no profissional. Foi uma época boa, onde eu joguei no profissional do 14”, fala Kita.
Copa
“Naquela época nós tínhamos muita confiança no time no Brasil. Para nós foi uma decepção muito grande naquela época. Ninguém esperava, mas são coisas do futebol. O time do Brasil era muito bom e respeitado. Mas perdemos”, conta Reolon sobre a copa de 1950, na qual escutou na rádio. Entre as copas que mais marcaram Reolon estão as de 1982 e 2002. Mas a que ele mais recorda é a de 1970. Em relação a atual seleção, comandada po Felipão, Reolon acredita que o tempo de preparo é pouco. “É difícil preparar e treinar os jogadores em apenas 30 dias antes da copa, cada técnico e cada preparador tem um estilo diferente. Eles são convocador muito em cima da hora. Futebol é conjunto”, conta o ex-treinador. Ele acredita que a seleção brasileira tem ótimos jogadores, porém a marcação é um ponto que ainda precisa ser mais trabalhada. “O meio de campo esta muito livre, tem poucos marcadores no meio de campo. Os jogadores brasileiros querem só fazer firulas e atacar. Ninguém quer saber de marcar”, desabafa Reolon.
Torcedor fiel da seleção brasileira, Reolon acredita em um vitória de 2 x 1 contra o Chile, nas oitavas-de-final. Gols de Neymar e Oscar. “Embora ache que a seleção não está com poder de chegar na final, acredito que possamos ser campeões. Neymar é um ótimo jogador, mas é muito individualista. Ele tem que compartilhar mais as jogadas com os companheiros. Oscar é um jogador que faz isso, distribui bem o jogo. No conjunto participa muito mais”, diz Reolon.
Diferença no futebol
“As chuteiras naquele tempo tinham o bico separado. As garradeiras eram feitas com couros. O sapateiro tinha que ficar cortando tudo com a faquinha. Igual às bolas de futebol, que devem estar no museu”, relata Reolon. Tinham apenas 11 camisetas, não podia trocar com ninguém, e muito menos rasgar. “Tinha que cuidar muito”.
Juiz
Considerado muito metido, por ele mesmo. Depois de jogar e de treinar, Reolon resolveu aprender mais sobre a arte de apitar uma partida de futebol. Aqui em Passo Fundo, ele fez uma escola de arbitragem. “Quando os árbitros de Porto Alegre vinham apitar jogos aqui na cidade, eu pedia para que eles viessem dar umas aulas para nós. Eu também lia bastantes sobre arbitragem. Até cheguei apitar clássicos, aqui do município, como Gaúcho x Passo Fundo” conta Reolon.