Um tombo em um treino resultou em duas fraturas. Depois, na mesma pista, uma terceira fratura de clavícula. Cirurgia, pinos e um inacreditável tropeço doméstico: a quarta fratura. Mas isso é coisa do passado para Maria Eduarda Salomoni da Silva, piloto de motocross e veloterra com 21 anos de idade. Recuperada, Duda está de volta às pistas. Neste domingo ela disputa a 1ª etapa da Copa Norte de Veloterra. No ano passado, mesmo correndo apenas algumas etapas, Duda terminou a temporada como vice-campeã na categoria Feminina. Agora ela volta às pistas em Barros Cassal, que sedia a abertura da Copa Norte. Maria Eduarda disputará nas categorias 230 original, VX4 e Feminina.
A hora da superação
Da assepsia hospitalar para a poeira e o barro das pistas, Duda vive um momento de superação. “Estou bastante insegura ainda, mas pretendo melhorar essa insegurança conforme vou treinando. Somente o fato de conseguir entrar em uma pista novamente, pra mim já é uma conquista”, avalia. Mais do que uma competição, a prova deste domingo pode um significado mais amplo para Duda. Paralelos à disputa, estão os riscos da própria modalidade, a suposta fragilidade pós-recuperação e o condicionamento psicológico. “Agora nas primeiras etapas não vou exigir muito de mim, pois sei que a minha lesão foi grave e pelo médico eu ainda não poderia ter voltado a correr”. Com essa ideia, Duda promete ‘manerar’ em seu retorno às competições. “Preciso ir para não perder o ano”, justifica, pois o campeonato é curto e ela não quer perder a pontuação de uma prova.
Nova máquina
A cautela de Duda começou pela escolha de um equipamento mais leve, uma moto mais fácil para domar. Agora o número 127 de Dudinha estará em uma CRF 230, que ela considera “uma moto mais tranquila”. Mas isso não significa que irá comer poeira, pois não faltou esmero nos ajustes. “A CRF 230 foi preparada pela Force Cam e Pato Loco Preparações e espero trazer bons resultados para Passo Fundo”. Para isso, o que não falta à Duda é entusiasmo. “Vou fazer o melhor na medida do possível, e tentar levar a minha equipe ao pódio”. Giro no motor, firmeza nas curvas e lá vai Duda dando asas a sua paixão pelas motos. Do soro á adrenalina.