Em 10 de janeiro de 1986 foi fundado o Esporte Clube Passo Fundo. Mas essa história teve início no final de 1985, em encontros de dirigentes e torcedores do Gaúcho e do 14 de Julho. Era um período delicado nos caixas dos dois clubes e, assim, a fusão surgia como uma solução. O local das primeiras conversações foi a sede campestre do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil. A aproximação evoluiu e os encontros passaram para a Câmara de Vereadores. Enfim, em 10 de janeiro de 1986, houve a união dos dois clubes para a formação do E.C. Passo Fundo. Eloy Taschetto (14 de Julho) foi escolhido presidente, tendo como vices Daniel Winik (Gaúcho) e Nelson Lanza (14 de Julho). No mesmo ano, atuando no Estádio Wolmar Salton, o time foi o Campeão Gaúcho da Segunda Divisão. No ano seguinte, sem a fusão patrimonial, o Gaúcho retornou para o Boqueirão e o Passo Fundo prosseguiu na São Cristóvão.
Alegrias, tropeços e pés no chão
Hoje patrono do Esporte Clube Passo Fundo, Eloy Selésio Taschetto foi o seu primeiro presidente. “Olha, a história é bonita. Foi o momento em que os dois, 14 e Gaúcho, não tinham mais condições de seguir sozinhos. Teve um prefeito, o Carrion, que apostou na ideia e aí nasceu o Esporte Clube Passo Fundo”, recorda Taschetto. “Era para ser o clube de todos. A ideia era boa”. O patrono entende que o ECPF teve uma boa arrancada como campeão e já no segundo ano na primeira divisão. “Isso animou a torcida. No primeiro jogo, contra o Internacional, o Cláudio Freitas marcou um golaço de falta no Taffarel. Foi um espetáculo”. Além das alegrias, Taschetto também recorda que houve alguns tropeços nessa trajetória. “Uma vez a situação estava feia, então falei que na minha mão o time não caia. Mandei vir cinco jogadores de fora e deu certo”. Sabe-se que em diversas situações ele puxou dinheiro do bolso para evitar que o estádio fosse a leilão ou para cobrir outras despesas, mas o patrono prefere não falar sobre isso. Entende que o que vale é a história do clube. Sobre o futuro, Tascheto foi enfático. “Hoje está muito bem administrado e deve continuar com os pés no chão. Assim tem futuro. Deve continuar com o estilo do Ferrão e aumentar o patrimônio”.
Dificuldades, persistência e otimismo
Quem acompanha o dia a dia no Vermelhão da Serra conhece a dedicação da diretoria liderada pelo presidente Selvino Ferrão. Há uma atenção especial à manutenção e melhorias no estádio. “Tenho muito orgulho do clube que ajudei a fundar e nunca abandonei”, disse o presidente. Nesses 30 anos ele atua na direção há dez anos, cinco como vice e cinco como presidente. “É parte de uma vida, pela qual tenho muito amor e carinho e o sentimento de dever cumprido”, avalia. Ferrão lembra que o clube foi crescendo, mas também recorda adversidades, como momentos de julgamentos e incertezas. “O Passo Fundo também sofreu na sua história. Tudo é difícil para nós, mas nunca faltou persistência”. Em relação ao futuro Selvino Ferrão é otimista. “Daqui pra frente vai ser muito maior ainda. Isso graças à garra de todos que se dedicaram para que o Passo Fundo seja cada vez mais pujante”.