As mulheres também estão presentes no ciclismo. O grupo Pedala Guria é a principal porta de entrada para o público feminino no esporte. Com um ritmo mais lento, a equipe conta com a participação de crianças e até idosos que buscam se divertir. Na segunda matéria da série de reportagem sobre os grupos de ciclistas em Passo Fundo, você também conhece um pouco mais sobre a equipe que busca se preparar o ano todo para disputar o Campeonato Estadual e sobre o grupo mais tradicionalista da cidade, que não perde o seus costumes com o passar dos anos.
Pedala Guria
Acolher as mulheres, esse é o intuito do Pedala Guria. Devido a um ritmo mais rápido, elas não conseguiam acompanhar seu amigos e acabavam desistindo rapidamente do esporte. Com isso, o grupo foi criado com intuito de pedalar de maneira mais lenta, acolhendo não só mulheres iniciantes, como também homens, crianças e idosos. “Depois elas vão para outros grupos, em maiores distância e com ritmo mais acelerado”, explicou uma das fundadoras, Fabrícia Pedrozzo. Agora, no inverno, até por uma questão de segurança, as pedaladas estão sem um dia definido e sendo programado através das redes sociais. No verão, mais de 40 mulheres se juntam para pedalar nos percursos que acontecem na terça-feira à noite e no sábado à tarde. O grupo participa de campeonatos, mas não para competir ou conquistar prêmios. Como a ideia é pedalar em um ritmo mais lento, participam das provas de cicloturismo.
Tomates Bike Team
Os Tomates compõem um grupo de ciclistas que carregam um objetivo muito bem definido: competir. Focando na categoria Master, os membros deixam o mountain bike de lado para pedalar nos asfaltos. Com a bicicleta speed, seus pneus mais finos e com maior velocidade, os competidores já conseguiram ir até a Porto Alegre em menos de 8 horas. A paixão pela competição é tão forte quanto pelo ciclismo. Em março deste ano, a grande quantidade de participantes no Campeonato Gaúcho conseguiu trazer uma etapa do campeonato para a cidade de Passo Fundo – algo que não acontecia desde 2004. O estadual, é realmente a competição mais almejada pelos Tomates. Além dos pedais que acontecem no sábado de tarde, treinam diariamente para competir e participam de outros campeonatos para manterem o ritmo.
Mesmo no ciclismo, os Tomates também precisam ser regados para amadurecerem. O grupo conta com lojas de material esportivo como parceiras, além de um plano de sócios, onde os membros que competem pagam uma mensalidade para sustentar as viagens e despesas. Fundado em 2015, dois anos depois o grupo foi registrado com CNPJ. “Ser registrado é mais fácil para conseguir patrocínios. Antes, as portas se fechavam facilmente”, contou o presidente do grupo, Cassiano Pinzon. Somente nesta segunda fase que o grupo foi chamado de Tomates. Isso, devido a uma história antiga, quando um dos integrantes era muito exigente quanto a horários e regras, querendo retirar os tomates podres do grupo. O antigo membro acabou saindo e os Tomates ficando.
Ventos do Sul
Tradicionalista, assim pode ser definido o Ventos do Sul. O pedal de bastimo, como é chamado o surgimento do grupo, aconteceu há três anos atrás. Entre familiares e amigos, 40 pessoas se reuniram para ir pela estrada de chão até o tropeiro camponês. Para manter a tradição, todo ano é realizado o mesmo percusso para comemorar o aniversário da equipe. Outra tradição é o comes e bebes. Toda quinta-feira, após percorrem 20k no passeio urbano noturno, param em algum bar para repor suas energias. Na segunda-feira também é realizado um pedal na cidade, enquanto no sábado à tarde o percurso é na estrada de chão – sempre partindo da Praça Antonini Xavier. Com cerca de 30 membros participando ativamente e na faixa etária de 40 anos, o grupo é aberto para receber qualquer pessoa para pedalar. “O povo olha e acha que somos atletas e que eles não podem participar. Faço o convite para que apareçam na praça para pedalar também”, convida a presidente do Ventos do Sul, Luciana Borowsky.