“Está doente e o estado dele é grave”. Com essa frase o patrono Eloi Taschetto definiu o momento atual do Esporte Clube Passo Fundo. A crise ronda o Vermelhão da Serra nos últimos meses. Em campo, as duas últimas temporadas foram decepcionantes. No ano passado o clube foi rebaixado para a Divisão de Acesso e este ano não passou da fase classificatória. O mau desempenho teve reflexos no caixa. O clube tem dívidas, fator que espanta candidatos a presidente. Na noite de quinta-feira, 26/07, houve assembleia em mais uma tentativa para eleger uma nova diretoria. Porém, a única candidatura, liderada por Selvino Ferrão, foi retirada. O presidente do conselho deliberativo, Luiz Valério, após presidir a assembleia, disse que “na última hora retiraram a candidatura. Agora temos que arrumar o dinheiro para cumprir alguns compromissos e pagar funcionários”.
Sem presidente
O mandato da última diretoria do Passo Fundo encerrou em 14 de junho. O grupo era liderado pelo presidente Evandro Zambonato. Com o final do mandato e sem surgir candidatos, o comando do ECPF passou para o conselho deliberativo. Assim, o presidente do conselho, Luiz Valério, responde interinamente pelo clube. Zambonato disse que a dívida hoje é de R$ 1,190 milhão, ressaltando que “o clube tem dívidas desde que existe”. Sobre esse montante, entende que em torno de R$ 200 mil são dívidas em curto prazo, “para pagar até dezembro”.
Emergencial
Após a infrutífera reunião de quinta-feira, o presidente do conselho disse que, em busca de uma solução emergencial, foi formado um grupo de trabalho para arrecadar recursos para quitar as dívidas em curto prazo. “Vamos nos reunir nos próximos dias e encontrar uma solução. Assim como está não pode ficar, com o presidente do conselho respondendo pelo clube”, afirmou Valério. O ex-presidente Selvino Ferrão, apontado como potencial candidato, entende que “a situação é crítica. Isso é inadmissível. Agora temos que conseguir uns R$ 160 mil até segunda-feira para pagar funcionários”. Sobre a realização de eleição, Ferrão também disse que isso poderá ocorrer, “mas somente depois de encontrarmos uma solução”, ressaltando que o momento é de negociação.
O patrono
A casa do patrono Elói Taschetto é para onde seguem os conselheiros em busca de conselhos. Não é apenas no Passo Fundo que isso ocorre, pois a figura do patrono tem uma função quase que paternal. Muito chateado diante de mais uma crise financeira no clube, Taschetto não esmorece. Sua reação inicial é esbravejar indignado com a situação. Mas, como convém à função protetora de um patrono, não nega amparo. “Tem que se enfrentar essa situação e resolver logo. Recebo os conselheiros aqui em casa, pois nós temos que dar uma mão enorme”. Acostumado com situações semelhantes, lembrou que “esta é a segunda ou terceira vez que passo por isso”. Compreende porque é difícil alguém assumir o Passo Fundo neste momento. “Para cobrar tem um monte de gente, mas para oferecer dinheiro não aparece ninguém”. Porém, tudo indica que o ‘efeito’ Taschetto já movimenta o Vermelhão. “Temos que arrecadar para salvar, por isso fazemos reuniões a toda hora”, concluiu.