Duda retorna ao Motocross

Quase cinco anos depois, Maria Eduarda voltou a saltar

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Saltos: técnica com adrenalinaSaltos: técnica com adrenalina
Saltos: técnica com adrenalina
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Um salto na vida pode ser comemorado. Mas para Maria Eduarda Salomoni o mais importante é saltar de moto. Sim, enfrentar as adversidades propostas nas pistas de motocross, mesclando competição e riscos que produzem muita adrenalina. Duda estava fora da modalidade há quase cinco anos. Uma sequência de acidentes e consequentes fraturas serviram como um alerta. Além disso, a piloto passo-fundense concluiu a sua graduação em Psicologia e deu um novo rumo à vida. Abandonou o motocross, mas a moto não deixou o seu espírito aventureiro. A paixão pela velocidade fez com que disputasse provas de velocross, competição de motociclismo de velocidade, porém sem os riscos dos sempre perigosos saltos. Mas e como ficou o desejo de saltar sobre duas rodas? Controlado. Pelo menos até a sexta-feira, feriado de 7 de Setembro, quando Dudinha voltou a saltar, desta vez em Caiçara, na Copa Cidades de Motocross.

Matando saudades
“Participei dessa etapa, após muito tempo sem entrar em uma pista com saltos”, contou a piloto. O motocross não fica limitado às habilidades dos pilotos e qualidade dos equipamentos, pois também exige condicionamento físico e treinamento constante. “Depois de quase cinco anos, tirei as rodas do chão. Foi uma prova extra, apenas para matar a saudade”, contou Duda. Ela enfatizou as exigência da modalidade, ressaltando que “a falta de uma pista de motocross na região dificulta a prática do esporte por aqui. Motocross é um esporte de alto rendimento, o que acaba gerando um risco muito grande sem preparo e treinamento. Ainda me lembro como se salta. Dizem que é como andar de bicicleta, pois a gente nunca esquece”.

 

A prova
Se a prova era oficial para quem disputa o campeonato, para Maria Eduarda seria apenas uma brincadeira. Seria, pois lá estava ela com seu tradicional número 127. Quem conhece a competitividade de Duda sabe que ela não brinca em serviço. “Na corrida larguei em primeiro lugar. Realmente eu não esperava isso, pois há muito tempo eu não saltava. Até foi um susto fazer o holeshot (chegar na ponta na primeira curva) e largar na frente”, contou satisfeita. Mesmo largando bem, ela perdeu posições. “Senti uma insegurança nos saltos e passei para o terceiro lugar”. Mas quem é do ramo não perde o ímpeto. “Consegui fazer uma ultrapassagem e recuperar uma posição, terminando em segundo lugar. A corrida foi um misto de emoções, mas fiquei muito feliz em participar dessa etapa e enfrentar os meus medos”.


Domando a máquina
O motocross é uma modalidade emocionante, mas também oferece alguns riscos aos praticantes. Na prova a moto e o piloto formam conjunto único, em afinidade que exige muita preparação e uma sequência intensa de treinamentos. A preparação da máquina número 127 não foi problema, pois Duda conta com o trabalho da Pato Loco Preparações. Além disso, testou os novos pneus coloridos da Technic e teve apoio da Avtec Equipamentos e Es Capas. Preparação física em dia e, então, surge a maior dificuldade: obter a afinidade do conjunto, o que somente é possível com treinamentos intensificados. “Estava muito nervosa, pois a minha decisão de parar com o motocross foi por inúmeros motivos. Os mais relevantes foram a falta de pista para treinamentos na região e o acidente que sofri”. A corrida de motocross mexeu com a cabeça da piloto. “Foi um misto de sentimentos, medo, superação e lembranças. Motocross sempre foi meu sonho, mesmo afastada, o esporte esta dentro de mim. Nos treinos, senti insegurança, medo, foi bem difícil poder enfrentar uma pista com saltos novamente, quase cinco anos após o acidente”.

 

Saltos na vida
Mesmo sem saltar, Duda não abandonou a moto e conquistou títulos sem sair do chão. “Desde então estive participando em provas na modalidade de velocross, velocidade na terra, em 2016 e 2017 fiquei bi-campeã Gaúcha de Velocross”. Em 2018, Maria Eduarda mudou o foco. “Esse ano não participei do estadual, pois estou bastante focada no meu trabalho, então optei por não seguir a risca um campeonato e não buscar títulos, apenas participar de algumas provas extras. Como o esporte é apenas um hobby, pois aqui no Brasil, são raros os pilotos que vivem do esporte, optei por focar mais em meu trabalho”. Duda é psicóloga clínica. “A psicologia é a minha outra paixão. Minha vida sempre foi estudar e andar de moto. Hoje com 24 anos, acumulo inúmeros títulos nas pistas, e também na vida como a minha formação em psicologia junto com a pós-graduação em Psicologia Clínica pela UPF e Graduação em Neuropsicologia pela UCAM. Meus objetivos sempre foram alcançados, e sempre lutei muito por eles. E isso é algo que aprendi nas competições, focar em algo e lutar por aquilo. Todo sonho requer esforço”.

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