O torcedor do Sport Clube Gaúcho deposita suas esperanças em William Lago para a grande final da Copa Wianey Carlet. Com o empate em 0 x 0 na Arena, qualquer igualdade leva a disputa para os pênaltis em Santa Cruz do Sul. Isso, porque o critério do gol qualificado fora de casa não é válido na decisão.
Especialidade
A defesa de penalidades é uma das grandes especialidades de William Lago. Com a camisa do Gaúcho, o seu aproveitamento é de 50%. Ou seja, a cada duas batidas, o goleiro faz uma defesa. Na Copinha já foram cobrados oito pênaltis contra sua meta e apenas quatro entraram. William defendeu um contra o Elite, um contra o São Borja e outros dois contra o Inter. “Sempre tive um bom aproveitamento. Sorte e boa competência. Observo como o jogador arruma a bola, como ele olha para o gol. O lado em que ele me der mais indícios é para onde eu vou. Eu sempre espero o jogador definir. Não gosto de sair antes”, conta o goleiro. Juntamente com o grupo de jogadores, também é feito um estudo. Pelo fato dos atletas já terem atuado por diversos times, alguém sempre conhece um adversário e auxilia falando sobre as suas características.
Disputa de pênaltis
A situação de decidir um jogo importante nas cobranças de pênaltis não é uma novidade para o Gaúcho. Nas quartas de final contra o Inter, o placar de 2 x 1 se repetiu e a disputa da vaga foi para as penalidades. Na ocasião, William Lago defendeu duas cobranças e apenas Bruno desperdiçou para o Periquito: vitória por 4 x 3. “Quando estava indo para os pênaltis o grupo todo já olhava para mim. Vamos deixar ir para os pênaltis que o Lago vai pegar. A confiança que eles me passam é grande e me ajuda muito”, conta. Por outro lado, a responsabilidade depositada no jogador de 28 anos é grande. “No futebol é sempre muito mais que um jogo. Existe a emoção da torcida e pessoas que se doam ao máximo. Eu lido como uma responsabilidade normal, mas sempre sabendo do peso da decisão e tudo que envolve. Se ficar nervoso é pior”, acrescenta.
Mudança de rumos
William Lago foi considerado o melhor goleiro da primeira fase. No entanto, não atuou dentro do campo em todas as partidas. Após ter jogado a Divisão de Acesso pelo União Frederiquense no primeiro semestre, o jogador recebeu o convite para ser preparador de goleiros do Gaúcho durante a Copinha – o time passo-fundense já contava com Yan como titular, remanescente da disputa da Segundona. “Desde os primeiros dias os guris já me incomodavam. William tem que ser goleiro. Não dá pra ser treinador de goleiros”, relata. A indefinição se seria preparador ou goleiro do Gaúcho na reta final da competição sempre esteve presente e William precisava romper o contrato com o União para poder atuar pelo Periquito. Em certo momento do campeonato, pediu que uma decisão fosse tomada pela diretoria. “Ou vocês me botam oficialmente como goleiro ou como treinador de goleiros e nem me cogitem mais no gol”, avisou.
Com a decisão favorável para William continuar como jogador, uma grande marca foi atingida nas primeiras sete partidas: nenhum gol sofrido em 640 minutos. “Eu digo que tudo é um conjunto. Muitas vezes você faz um bom campeonato mas o time não vai bem. O que faz aparecer uma boa campanha é você chegar em decisões. Eu já estava bem e agora consegui um destaque maior chegando na final”, finaliza.
Treinamento
O técnico Fabiano Borba realiza treinamento de pênaltis semanalmente e agora não tem sido diferente. Depois de todo treinamento, todos os 23 jogadores chutam três vezes para afiar a pontaria e testar os goleiros do time. “É puxado”, brinca Lago.