O privilégio de subir duas vezes para a Série Ouro

O privilégio de subir duas vezes para a Série Ouro

Por
· 3 min de leitura
Troféus para serem restauradosTroféus para serem restaurados
Troféus para serem restaurados
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Chegar à elite do futsal gaúcho não é nenhuma barbada. Campeão Estadual da Série Prata em 1995, Enos Zanatta repetiu a conquista 23 anos depois com o Passo Fundo Futsal. Ele integrou a direção do time de Passo Fundo “desde o comecinho, lá na AABB”. Sim, foi lá que ressurgiu o futsal com a equipe que conquistou os títulos da Bronze e da Prata: AABB-Semeato e depois UPF-Zamil. Para disputar a Ouro, o time de Passo Fundo retornou ao Ginásio do Capinguí, clube campeão da Ouro em 1964. Agora, o PFF venceu a Prata e vai jogar a Ouro neste ginásio que é o templo do futsal passo-fundense. A APE é comandada pelos presidentes dos conselhos deliberativo Enos Zanatta, consultivo Jair Calheirão e administrativo Attilio Gonçalves, além do diretor de futebol Mateo Casagrande.

A conquista de 1995
A história da equipe campeã em 1995 é muito semelhante a da atual Associação Passo-fundense de Esportes. Começou em 1993. “Era o Darcy Scortegagna, Adelar Betiol, Paulo Dalmir, Juarez Grando, Domingos Justen, Cláudio Zanotelli, Jacir Carlotto, Pedro dos Santos, Flávio Allgarve, José Catharino Ferreira e tantos outros”, recorda Zanatta. Muitos desses são conselheiros atualmente. Abílio Fuão, bicampeão da Ouro (Capinguí e Wallig) foi o técnico do acesso à Prata e, depois, supervisor quando o time treinado por Clair Haubert chegou à Ouro. A equipe tinha o Teti, Arno, Giba, Luciano, Mateo, Gelson, Xôxo, Nê, Carlinhos, Gil e outros que o dirigente não lembrou naquele instante. Aos 64 anos, Enos Zanatta coleciona troféus do futsal. “Alguns estão aqui em casa para serem restaurados, outros ficaram na AABB”. O dirigente já fala sobre a temporada 2019. Ou esconde o jogo, pois o nome do técnico diz que “é segredo de estado”.

 

Tocando a bola com um apaixonado pelo futsal

Ontem ou hoje?
“Eu diria que hoje é mais fácil. Até pelos clubes, como o Internacional, Enxuta, Lagoense ou ACBF, era uma concorrência muito grande e uma dificuldade enorme, pois os custos eram maiores. Já estamos montando a equipe para 2019 e a gente sente que a oferta é maior do que naquela época. Fazíamos tudo com um grupo mais reduzido, hoje nós temos três conselhos e se torna menos trabalhoso”.

 

Melhorou ou piorou?
“Já naquele tempo o futsal tinha melhorado muito. Não era mais aquela bola pesada de antigamente. Hoje evoluiu muito mais, novas regras, se usa muito o goleiro-linha e o futsal ficou muito mais rápido do que era antigamente. As regras de punição também são mais severas, porque era muito violento. Hoje não. Tanto que a Fifa ainda não permitiu que o futsal vá para uma olimpíada e é bem claro o porquê: ele vai roubar muito do futebol de campo. Dez horas da noite você não encontra ninguém jogando futebol ou society, mas encontra milhares de pessoas jogando futsal no Brasil. Ele está no mundo, na Sibéria, Iraque, Argentina, Itália ou Espanha. Hoje quem comanda é a Fifa, que procura inibir e limitar porque senão o futsal toma conta”.

 

Por que o futsal?
“Cada um tem paixão por um esporte. Nunca tive muita oportunidade de jogar futebol de campo, então desde criança procurei jogar futsal e entrei nesse convívio na AABB com aquela turma e aí se tornou uma grande família. E aí, quando você vai conhecendo e dominando o metiê aí se torna fácil. Como nós estamos no futsal há mais de 20 anos, então se torna fácil. É uma paixão. Eu não aguento assistir uma partida de futebol, você fica lá o tempo todo para ver dois lances. No futsal não, pois você tem centenas de lances a partida toda. Tanto que nós ganhos um título estadual da Prata faltando 11 segundos. No futebol também acontece gol nos acréscimos, mas ele não tem a vibração e a emoção do futsal. È por isso essa paixão, esse envolvimento”.

 

Um exemplo no esporte?
“Líder era o Abílio Fuão. Eu ia jantar com o Abílio e a gente ficava horas e horas falando de futsal. Conversando sobre como fazer a Ouro, pois ele já tinha uma grande experiência. Aprendi muito com ele. Hoje na gente já sabe quem é quem no Brasil, aonde buscar a equipe técnica, treinadores, supervisores e principalmente os atletas. Então, hoje, subir para a Ouro é voltar para onde nós sempre estivemos.”

Gostou? Compartilhe