Completar um Ironman não é uma tarefa fácil. São 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida, percurso este que deve ser finalizado em um curto período de tempo e que exige preparação e disposição dos triatletas. Somado a isso, há 4.900 metros de altimetria acumulada durante as três disciplinas, inclinações de 23% de elevação e temperaturas que variam de 5°C a 35ºC. Esse foi o desafio do Fodaxman Extreme Triathlon, prova que reuniu um seleto grupo de 50 triatletas no último sábado (15), dentre eles, Ricardo Rosa e Tiago Perez, apoiados pela Universidade de Passo Fundo (UPF). O evento aconteceu em Santa Catarina, tendo como um dos cenários a Serra do Rio do Rastro.
O Fodaxman Extreme Triathlon é a primeira prova com características de triathlon extremo das Américas. A natação noturna ocorreu na Barragem São Bento, em Nova Veneza, e a chegada foi em Urubici, a 1.818 metros acima do nível do mar. A etapa da natação iniciou no escuro, às 5h, com orientação luminosa e wetsuit liberado. Após os 3,8 km, os triatletas percorreram os 180 km de ciclismo, que contou com 3.650 metros de altimetria e passou pela Serra do Rio do Rastro. Fechado o pedal, os participantes encararam a maratona com 42 km e 1.250 metros de altimetria. A chegada teve como local o topo do Morro da Igreja.
Conforme Rosa, a experiência no evento foi épica. “Um dia que vai ficar marcado na minha alma. Um dia de extremos, com o físico, o psicológico, o clima, a altimetria e as 15 horas de esforço para chegar no ponto mais alto do sul do Brasil. Tudo isso somente foi possível pelo meu staff. Tive a felicidade de ter todo o empenho dos treinos recompensado. Estive entre os 15 atletas que concluíram o percurso no topo da montanha, devido ao ponto de corte intermediário de 13 horas de prova”, contou.
Segundo Perez, a competição foi extrema. “Como o próprio nome já diz, largamos às 5h da manhã para a natação noturna. Foi minha primeira experiência com esse tipo de natação. Conclui o percurso em 1h23min, aproximadamente. O pedal, além da dificuldade do trajeto, reservou altíssimas temperaturas, onde foi necessário cuidado redobrado com hidratação. Depois de vencidos os 180 km em 8h34min, ainda restavam os 42 km da maratona, mas a serra havia reservado algo ‘especial’ para nós: uma tremenda tempestade, com fortes raios, chuva torrencial, granizo e frio. A temperatura, que anteriormente estava acima de 30 graus, caiu bruscamente para menos de 14 graus. Permaneci no percurso sem hesitar. Mesmo cometendo um erro, que me obrigou a correr 4 km a mais, me mantive focado no objetivo”, relatou.
Ele cruzou a linha de chegada com o tempo oficial de 16h56min. “Entreguei meu máximo a cada metro do percurso. Não me poupei. Não economizei nada de mim, de minha mente e de meu corpo. Foi uma conquista para mim e todos que me apoiaram. Agradeço ao apoio de meus patrocinadores que tornaram possível a minha participação nesse grandioso e magnífico evento, aos meus apoiadores, aos meus amigos que torceram por mim, me incentivaram e acreditaram em meu potencial, e, em especial, ao meu treinador Felipe Manente, organizador e idealizador da prova, que preparou meu treino e acreditou que eu poderia vencer esse desafio”, completou Tiago Perez, que marcou presença em sua 10ª prova de triathlon em apenas dois anos. “São dois pódios, quatro top 10 e todas as competições concluídas com imenso orgulho”, finalizou.
