Tiago Perez realizou expedição ao Monte Aconcágua na Cordilheira dos Andes, província de Mendoza na Argentina. É o ponto mais alto do Hemisfério Sul, com 6.962 metros de altitude. Ou, ainda, o segundo mais alto do mundo, superado apenas pelo Monte Everest na Cordilheira do Himalaia. A aventura, que iniciou em 6 de janeiro, durou cerca de 20 dias. Perez não conseguiu atingir o topo da montanha, devido às condições meteorológicas, mas chegou ao cume do Cerro Bonete, montanha da Cordilheira dos Andes, que fica a mais de 5.000 metros de altitude. Tiago é atleta apoiado pela Universidade de Passo Fundo.
Resgate com helicóptero
Para realizar a expedição, os atletas alugaram equipamentos para a escalada, como jaquetas, calças, sacos de dormir para enfrentar temperaturas negativas de -30 graus e ventos acima de 100 quilômetros por hora. Para se adaptar, elaboraram a estratégia de subir aos poucos para minimizar os efeitos da altitude. Depois partiram ao acampamento base a 4,3 mil metros de altitude. “Enfrentamos um caminho difícil, estávamos com muita carga, e passamos por uma grande nevasca. Meu parceiro Bhernar, ao chegar ao acampamento base, teve sua saúde agravada por um edema pulmonar duplo, que poderia levar a óbito. Ele foi socorrido de forma urgente, por meio de helicóptero, até o hospital central de Mendonza e, posteriormente, retornou ao Brasil para se recuperar”, revelou o atleta.
Uma conquista
Tiago Perez permaneceu na montanha de forma independente, ou seja, não contou com o apoio de guias, agências especializadas, carregadores, nem oxigênio suplementar. Nos dias seguintes, o atleta realizou escaladas aos acampamentos superiores, porém foi impedido de prosseguir rumo ao topo do Aconcágua, tendo em vista o clima e a previsão de fortes ventos e nevascas. “Enfrentamos muita neve, muito frio e vento, em uma escalada técnica. Mesmo com todas as dificuldades impostas pelo clima não me intimidei e consegui conquistar o topo do Cerro Bonete, a mais de 5.000 metros de altitude. Pude festejar a conquista de minha primeira alta montanha. Infelizmente não pude chegar ao topo do Aconcágua”.
Superação
A avaliação da aventura é positiva. “Foram dias incríveis, de superação, de muito esforço físico e de um aprendizado imenso. Não parti rumo ao topo das Américas sem estudar e me preparar para tudo que a montanha pudesse oferecer. Meu respeito pela natureza, pela montanha e sua força é imenso e isso fez com que fosse possível regressar de forma saudável, em meio a uma das temporadas com maior número de resgates e salvamentos dos últimos anos”, finalizou.