O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) informou ontem (7) que, na sexta-feira (4), determinou que fosse aberta investigação sobre uma acusação de assédio sexual cometida por Rogério Caboclo, presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No domingo (6), o Comitê de Ética da entidade decidiu suspender o dirigente por 30 dias, com o vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, tomando posse interinamente.
Segundo nota do MPT-RJ, a denúncia foi distribuída ao procurador do Trabalho Artur de Azambuja Rodrigues, membro da Coordenadoria Regional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade). O comunicado afirma, também, que "violência e o assédio são práticas intoleráveis no ambiente de trabalho" de acordo com a Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e que o "assédio sexual também está tipificado como crime no Art. 216-A do Código Penal".
A CBF se manifestou no domingo. Em nota, a entidade diz que a decisão pelo afastamento de Caboclo "é sigilosa e o processo tramitará perante a referida comissão, com a finalidade de apurar a denúncia apresentada". Nesta segunda, em entrevista ao canal ESPN, o dirigente afirmou ser inocente e não ter dúvidas de que retornará à presidência da confederação.
Ainda nesta segunda, o técnico da seleção brasileira, Tite, foi questionado sobre o afastamento de Caboclo. O treinador evitou entrar em detalhes sobre o assunto.
"Eu compreendo a pergunta. Sabemos a dimensão que tem, a gravidade do caso, temos consciência disso, mas existe um Comitê de Ética da CBF que toma as devidas providências. Não é da nossa alçada", resumiu Tite, em entrevista coletiva após o treino da seleção, que nesta terça-feira (8) enfrenta o Paraguai, no Estádio Defensores del Chaco, na capital paraguaia Assunção, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, no Catar.