Brasil garante classificações e vitórias no segundo dia oficial de Olímpiada

O país disputou diversas modalidades, com destaque para o vôlei e ginástica

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O time feminino de vôlei  venceu por 3 sets a 0 (Foto: Wander Roberto/COB)O time feminino de vôlei  venceu por 3 sets a 0 (Foto: Wander Roberto/COB)
O time feminino de vôlei venceu por 3 sets a 0 (Foto: Wander Roberto/COB)
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No dia em que conquistou as primeiras medalhas nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, o Brasil também garantiu classificações e vitórias. O país avançou no surfe, ginástica feminina, boxe, remo, canoagem, natação e tênis de mesa. No handebol a equipe feminina empatou com as atuais campeões olímpicas. O país venceu no vôlei feminino e vôlei de praia masculino.

Vôlei

A equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães não teve dificuldades para derrotar a Coreia do Sul. Na Ariake Arena, pelo Grupo A, o Brasil venceu por 3 sets 0, parciais de 25 a 11, 25 a 22 e 25 a 19.

As coreanas jogaram com uma formação diferente da usada na Liga das Nações, torneio disputado em maio. Diante de um adversário pouco conhecido, até o experiente Zé Roberto, dono de três ouros olímpicos, sentiu a ansiedade da estreia.

“Deu tudo certo e vamos pensar no próximo adversário. Acho que fizemos um primeiro set brilhante, caímos um pouco no segundo. E no terceiro as entradas da Roberta e da Rosamaria mudaram as características do time, e isso foi importante. Vamos precisar muito da ajuda das jogadoras do banco”, frisou o treinador.

Surfe

Os campeões mundiais do Brasil estrearam bem nas ondas de Tsurigasaki, no sábado (24). Primeiro a cair no mar, Italo Ferreira venceu a primeira bateria, com 13,67. Ele superou Hiroto Ohhara (Japão), com 11,40, Leonardo Fioravanti (Itália), com 9,43, e Leandro Usuna (Argentina), com 8,27.

O brasileiro conseguiu se aproveitar das condições do mar, com ondas pequenas. “Eu cresci surfando esse tipo de onda, é claro que eu tiro uma vantagem disso, pelo fato da velocidade, de criar manobras grandes em ondas pequenas e impressionar os juízes”, disse.

Gabriel Medina também fez a sua estreia e avançou em primeiro lugar, com 12,23. O francês Michel Bourez fez 10,10 e o alemão Leon Glatzer marcou 10. Em sua primeira competição olímpica, o bicampeão mundial comemorou a estreia do surfe nos Jogos e elogiou a estrutura do Time Brasil.


“É um passo muito grande pro surfe, a gente está chegando no mundo inteiro. Eu sei o quanto importante e especial é. A base que a gente tem aqui é fundamental”, disse Medina.

Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb também avançaram no primeiro dia. Silvana ficou em segundo, com 13,12, na bateria vencida pela norte-americana Stephanie Gilmore, com 14,50.

“Quando eu saí do hotel e vim pra competição deu um friozinho na barriga, aí eu pensei, calma, relaxa que o nervosismo não é agora. Eu estou me sentindo bem, bem psicologicamente, e estou feliz, que é o mais importante”, afirmou.

Já Tatiana passou em primeiro lugar, com 11,33. "É bem diferente, eu estou arrepiada. É difícil acreditar que estamos aqui nos Jogos Olímpicos surfando, é uma honra fazer parte de um grupo de atletas tão poderosos e eu sou muito grata", disse Tatiana.

Remo

O remador Lucas Verthein avançou às semifinais do single skiff no Sea Forest Waterway. O remador carioca fez o segundo melhor tempo de sua bateria, 7min14s26, vencida pelo alemão Oliver Zeipler. Ele fez a quinta melhor marca das quartas-de-final.

O brasileiro volta a remar em busca de uma vaga na final às 23h18 de terça (27) no horário de Brasília. 

Lucas Verthein concilia o remo com outras atividades (Foto: Miriam Jeske/COB)

Lucas é uma das promessas do remo brasileiro. Ele foi terceiro colocado no Mundial Júnior, em 2016, e conquistou a medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos Lima 2019. Para obter a vaga nos Jogos Olímpicos, o remador teve de conciliar a rotina de treinos com outras três atividades: a faculdade, o trabalho em uma loja de eletrônicos e as entregas de comida preparadas pela mãe.

Vôlei de Praia

Bruno Schimdt e Evandro venceram na estreia nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. O primeiro set foi vencido com facilidade, mas os brasileiros foram surpreendidos na segunda parcial pelos primos chilenos Marco e Esteban Grimalt. Na última parcial, eles voltaram a equilibrar o jogo e fecharam em 2 a 1 (21/15, 16/21 e 15/12).

 “Não precisamos vencer todos os jogos de 2 a 0. Precisamos nos manter vivos e fazer esse torneio ser o mais longo possível para nós. Vocês podem me chamar de maluco, mas eu gostei da forma como começamos. Jogo duro, de três sets, com calor e bons adversários. Tivemos que encarar todas as dificuldades de um jogo. Na minha opinião, tenho que agradecer ter passado por esse desafio. Agora me sinto preparado para tudo”, disse Bruno. 

Evandro concordou com o companheiro. Eles voltam à quadra na terça, dia 27, às 15h do Japão (3h do Brasil).

“Jogo de vôlei de praia é assim, um jogo de paciência, um ajudando o outro e foi isso o que o Bruno fez comigo, me chamou para o jogo. Conseguimos sair com a vitória, que era o mais importante.”

Handebol

A seleção feminina de handebol fez uma estreia bastante equilibrada e empatou com a forte equipe do COR (Comitê Olímpico Russo) em 24 a 24. A Rússia, que foi suspensa dos Jogos Olímpicos por problemas com doping e está competindo sob o nome de seu comitê, é a atual campeã olímpica. O próximo jogo das brasileiras em Tóquio 2020 será contra a Hungria, às 23h de segunda (26) no Brasil.

A partida contra a equipe russa foi equilibrada (Foto: Wander Roberto/COB)

"A expectativa para os próximos jogos é grande, nosso grupo é muito bom e podemos jogar de igual para igual com qualquer time. Estou com pensamento positivo e acredito nos próximos jogos", afirmou Bruna de Paula, artilheira da equipe na partida, com 7 gols.

O Brasil está no grupo B, ao lado de Espanha, COR, França, Hungria e Suécia.

Ginástica

Com apresentações seguras, Rebeca Andrade vai brigar por medalha no salto, no solo e no individual geral. Já Flavia Saraiva se classificou na trave, mas sentiu o pé ao finalizar a última acrobacia no solo e acabou sendo poupada no salto e nas assimétricas.

“Estou muito feliz, mas hoje só foi um dia bom. Penso um dia após o outro. Amanhã vou para o ginásio treinar e vou me concentrar. Temos que ir com calma. Em alguns aparelhos consegui fazer o meu máximo e é bom saber que posso melhorar em outros, porque isso me dá mais força e garra para fazer melhor”, diz Rebeca.

Rebeca Andrade foi a segunda colocada no individual geral (Foto: Júlio Cesar Guimarães/COB)

“Eu já tinha machucado esse tornozelo há dois meses e hoje, no meio da série de solo, senti ele ficando mais mole, mas não queria desistir. Quando acabou o solo, vi que teria que fazer uma opção: ou tentava a final do individual geral ou esperava para ver se estaria na final da trave. Buscamos a segunda opção e consegui pegar a final. Agora é tentar recuperar o tornozelo”, explica Flavia.

Na noite deste domingo no Japão, Rebeca foi a segunda no individual geral (57.399), terceira no salto (15.100) e quarta no solo (14.066). Flavia ficou em oitavo na trave (13.966)

Rebeca volta ao Centro de Ginástica Ariake no dia 29, às 7h50 (horário de Brasília), para a disputa do individual geral. Já as finais por aparelhos começam a partir de 1° de agosto, com o salto e as barras assimétricas.

Natação

O revezamento 4x100 m livre masculino do Brasil nada nesta segunda (26) em busca de uma medalha. O time formado por Breno Correia, Pedro Spajari, Gabriel Santos e Marcelo Chierighini marcou o quinto melhor tempo da eliminatória: 3min12s59. Fechando a disputa, Chierighini cumpriu os 100 m em 47s34.

As finais da natação já ocorrem hoje (25) (Foto: Jonne Roriz/COB)

Nos 200 m livre, Fernando Schefer bateu o recorde sul-americano, com 1min45s05 e vai em busca de uma vaga na final. Guilherme Guido também avançou às semifinais nos 100 m costas, com 53s65. 

Já Felipe Lima não conseguiu a tão sonhada vaga na final dos 100 m peito. O brasileiro nadou 59s80 e ficou em sexto lugar em sua bateria semifinal. As finais da natação acontecem neste domingo (25) às 22h30, no horário de Brasília.

Canoagem

Ana Sátila está na semifinal do K1 feminino. Com duas boas descidas nas corredeiras da Arena Kasai, a canoísta teve 106.82 segundos como melhor tempo e avançou à próxima fase da competição com a sétima melhor marca. A brasileira volta a competir na próxima terça-feira (27).

“Estou muito feliz com a minha participação, não poderia ter sido melhor. Consegui melhorar o tempo na segunda descida, que era o nosso objetivo, agora é passar pela semifinal e depois a final. Vim muito focada e preparada, além de contente com o trabalho até agora”, afirmou a canoísta de 25 anos.

Ana Sátila realiza sua terceira participação olímpica (Foto: Divulgação/COB)

Esta é a terceira participação da canoísta brasileira em Jogos Olímpicos e a primeira vez que ela atinge a semifinal. A semifinal e a final acontecem no dia 27, a partir das 2h e das 4h15, respectivamente, sempre no horário de Brasília. Além do K1, Ana Sátila também vai disputar a prova do C1 em Tóquio.

Boxe

O pugilista Wanderson de Oliveira, no peso leve (até 63 kg), venceu na estreia do boxe na Olimpíada. Contra Wessan Salamana, do time dos refugiados olímpicos, o brasileiro foi superior após três assaltos, em decisão unânime dos cinco jurados.

Ele retorna ao ringue na Arena Kokugikan no próximo sábado (31) pelas oitavas de final. O adversário será da Bielorrússia, Dzmitry Asanau.

A seleção nacional na modalidade conta com sete atletas, quatro homens e três mulheres. Nesta segunda-feira (26), Jucielen Romeu, peso pena (até 57 kg), enfrentará a britânica Karriss Artingstall.

Taekwondo 

O brasileiro Edival “Netinho” Marques foi derrotado pelo turco Hakan Receber por 25 a 18 em sua luta de estreia nos Jogos Olímpicos de Tóquio neste domingo, dia 25. O lutador de taekwondo da categoria até 68kg ainda poderia ter disputado a repescagem, caso o adversário que o venceu avançasse à final, o que não aconteceu. Assim, o jovem de 23 anos se despediu de sua primeira participação olímpica adulta. 

Tênis de Mesa

Gustavo Tsuboi estreou com força total nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. O número 37 do ranking mundial derrotou o romeno Ovidiu Ionescu, por 4 a 1 (11/6, 9/11, 13/11, 11/9 e 11/9), no Ginásio Metropolitano de Tóquio. Com isso, está classificado para a rodada 3, assegurando sua melhor campanha em Jogos Olímpicos. Esta é a quarta participação do atleta no evento.

O próximo desafio de Tsuboi será o nigeriano Quadri Aruna, 21° do mundo, na noite desta segunda-feira (26). O horário correto ainda será divulgado pela organização do torneio. 

“Independentemente de quanto estava o placar, sempre pensava em fazer o melhor a cada ponto. Sabia que ia ser um jogo duro, já o conhecia há muito tempo. Consegui me controlar bem, em relação ao jogo tático e ao psicológico”, analisou Tsuboi.

Gustavo Tsuboi está em sua quarta Olímpiada (Foto: Júlio Cesar Guimarães/COB)

Já a brasileira Bruna Takahashi não foi feliz em sua participação no torneio individual feminino. A atleta foi superada pela francesa Yuan Jia Nan, por 4 a 0 (8/11, 7/11, 6/11 e 8/11). Esta foi a primeira vez que ela participou do torneio individual.

Com o resultado, Bruna se despediu do individual e agora pensa no torneio de equipes, onde disputa, ao lado de Jessica Yamada e Carol Kumahara, a partir do dia 1°, contra Hong Kong, uma vaga nas quartas de final.

A brasileira Jessica Yamada se despediu do torneio individual de tênis de mesa dos Jogos Olímpicos. Ela foi superada pela suíça Rachel Moret, por 4 a 2 (6/11, 11/6, 4/11, 11/7, 6/11 e 12/14), no Tokyo Metropolitan Gymnasium. Foi a primeira participação olímpica da atleta.

Com informações do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Agência Brasil

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