Pequim 2022: Manex Silva não completa prova de esquiatlo

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Divulgação/COB Divulgação/COB
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Foi um esforço tremendo, enfrentando a altitude, a baixa temperatura, o vento e a neve abrasiva. Contra tudo isso, Manex Silva não conseguiu completar a prova de esquiatlo neste domingo (6), nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. Na disputa que combina os dois estilos de esquiar, o clássico e o skating, percorrendo uma distância de 15km em cada um, o atleta de 19 anos acabou terminando a prova na 67ª colocação entre 70 competidores.

“Uma prova que eu nunca tinha feito porque na minha idade não tem. Eu tinha a expectativa de ser alcançado um pouco mais tarde, mas estou feliz de poder estar aqui. Comecei a corrida um pouco rápido demais, na primeira volta me senti bem, mas na segunda vi que tinha forçado um pouco e ia sofrer muito. Consegui terminar a segunda volta, mas na terceira, quase no finalzinho, os líderes estavam perto e eu tive que deixar a competição”, disse Manex.

Em termos de posição final, os melhores resultados do Brasil na modalidade são de Franziska Becskehazy, nos 10km, e Alexandre Penna, nos 50km, ambos em 57º em Salt Lake 2002. Mas como o número de atletas era menor em 2002, é preciso analisar os pontos FIS. Nesse caso, os melhores desempenhos, no Distance, são de Jaqueline Mourão e Leandro Ribela em Vancouver 2010 com 172,88 e 238,02, respectivamente. Os dois também possuem a melhor pontuação no Sprint, ambas em Sochi 2014, com 242,73 para Mourão e 303,93 para Ribela.

“Normalmente, nas pistas que a gente compete não tem tanta subida, e as que tem, não são tão fortes. Aqui, a maior parte da competição é subindo, as descidas são curtas, não dá tempo de recuperar. A neve também, como é artificial, é um pouco diferente da natural, interfere de uma maneira diferente nos esquis. Enfim, é uma pista muito dura”, comentou.

Manex é o primeiro atleta brasileiro do esqui cross-country a conseguir se classificar para os Jogos Olímpicos com o índice A, abaixo dos 100 pontos FIS. Aos 19 anos, ele já tem outras grandes marcar como o top-40 nos Jogos Olímpicos da Juventude, Lausanne 2020, o melhor sul-americano na competição. E vai em busca de mais nas próximas provas que tem pela frente em Pequim.

“A prova de hoje e a dos 50km vão servir como preparação, não são meu objetivo principal e não é onde sou mais forte. Vou largar e fazer o melhor possível. O foco é no Sprint e nos 15km. Já senti como é a pista, como é quando você esquia com alta intensidade. Vai ser bom para as próximas provas, pra já ir aquecendo os motores e ter sensação de como é a competição”, disse.

A próxima participação brasileira no esqui cross-country será na prova de Sprint, no próximo dia 08. Manex volta ao Centro Nacional de Esqui Cross-country em Zhangjiakou, mas dessa vez terá a companhia de Jaqueline Mourão e Eduarda Ribera. Manex compete ainda nas provas de 15km e no 50km largada em massa.

“Meu objetivo no Sprint é deixar alguns países para trás. Quando você termina a prova, já sabe se foi bom ou não porque o Sprint é muito rápido, tem que aproveitar cada momento muito bem. Está sendo muito especial poder compartilhar esse momento com pessoas tão importantes no mundo do esqui”, completou Manex.

O Time Brasil em Pequim 2022 conta com 11 atletas, sendo um reserva: a equipe de bobsled composta por Edson Bindilatti, Edson Martins, Erick Vianna, Rafael Souza e Jefferson Sabino (reserva); Jaqueline Mourão, Eduarda Ribera e Manex Silva, do esqui cross-country; Nicole Silveira, do skeleton; Michel Macedo, do esqui alpino, e Sabrina Cass, do esqui estilo livre moguls. Michel é o único que ainda não desembarcou na China e a chegada está prevista para o próximo dia 8.

Pequim 2022 é a nona participação brasileira em Jogos de Inverno, iniciada em Albertville 1992. No total, até Pequim, 35 atletas do Brasil, sendo dez mulheres, em oito esportes (esqui alpino, bobsled, esqui cross country, luge, snowboard, biatlo, esqui estilo livre e patinação artística), participaram da competição.

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