Autor do ‘gol iluminado’ volta a Passo Fundo após 48 anos

Zagueiro multicampeão, Dom Elias Figueroa, participou de um jantar promovido pelo consulado colorado na cidade

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'Os atacantes esbarravam no meu cotovelo e eu nem reclamava para o juiz"'Os atacantes esbarravam no meu cotovelo e eu nem reclamava para o juiz"
'Os atacantes esbarravam no meu cotovelo e eu nem reclamava para o juiz"
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Na véspera do jogo mais importante do ano para o Internacional, os colorados passo-fundenses fizeram um ‘esquenta’ ontem à noite, ao lado de um dos maiores ídolos do clube. Dom Elias Figueroa, o capitão colorado no bicampeonato brasileiro de 75 e 76, e cinco vezes campeão gaúcho, participou do Jantar Iluminado, na Belluno Eventos, promovido pelo Consulado de Passo Fundo do Sport Clube Internacional.

O confronto de logo mais à noite, diante do Fluminense, pela semifinal da Libertadores da América, no estádio Maracanã, mexe com a emoção e com a memória dos colorados. Afinal de contas, foi diante do mesmo adversário e no mesmo palco, que o Inter, comandado por Figueroa dentro de campo, venceu a famosa Máquina Tricolor, de Félix, Rivelino, Carlos Alberto Torres e companhia, pelo placar de 2 a 1, em 7 de dezembro de 1975. A vitória por 2 a 0, com gols de Lula e Paulo César Carpegiani, diante de um Maracanã lotado, garantiu o Colorado na grande final contra o Cruzeiro. 

No único jogo da decisão, disputado no Beira-Rio, o Inter venceu o Cruzeiro por 1 a 0 e conquistou o primeiro título brasileiro. O gol marcada por Figueroa entrou para a história como o gol iluminado em razão de um raio de sol exatamente no local onde o zagueiro subiu para cabecear.

 

“Futebol é 11 contra 11. Não tem esse negócio de já ganhou porque são melhores. Falaram muito da Máquina e ganhamos deles. Tem que provar dentro de campo. Tem que ter personalidade. Eu gostava muito destes jogos difíceis. O futebol não mudou muito da minha época para agora, como dizem. A essência não muda”, afirma.

 

A última passagem por Figueroa por Passo Fundo havia sido em junho de 1975, quando o Inter venceu o Gaúcho no estádio Wolmar Salton, pelo placar de 3 a 0. Durante coletiva ontem à tarde, o chileno lembrou dos confrontos com o Alviverde e da dificuldade de marcar o centroavante Bebeto. “Jogar aqui era sempre muito complicado”.

 

Sobre a fama de usar o cotovelo para conter os atacantes dentro da área, ele brincou “Eles batiam no meu cotovelo e eu nem reclamava para o juiz”.

Durante os seis anos defendendo a camisa do Inter, Dom Elias Figueroa disputou 17 Gre-Nais e perdeu apenas um, por sinal amistoso. “Eu dizia para os meus amigos que gostava muito do Grêmio, eles me retrucavam que não era verdade, aí explicava falando que o bichinho era garantido. Minha esposa já se programava para gastar o dinheiro”, brinca.

Prestes a completar 76 anos em outubro, Figueroa mora em uma casa de campo na região central do Chile, em Viña Del Mar, e se dedica a produção de vinho. Toda a trajetória do zagueiro multicampeão em breve poderá ser vista nas telinhas, no filme Elias, o Iluminado, uma produção da Netflix prevista para ser lançada em 2026.

Consulado

Segundo o cônsul do Inter em Passo Fundo, Mariano Crusius, o principal objetivo da vinda de Figueroa a Passo Fundo é aproximar os ídolos que marcaram a história do clube com o torcedor. A presença do zagueiro na cidade, após 48 anos, era um sonho antigo do consulado e só foi possível com ajuda de parceiros. 


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