O Ministério Público lançou, na manhã desta segunda-feira, em Porto Alegre, o Programa "Abra as portas do seu coração, Doe +, Doação de órgãos e tecidos + Vidas". O programa é uma iniciativa do Ministério Público, por intermédio do Centro de Apoio Operacional de Defesa dos Direitos Humanos. O objetivo é conscientizar as pessoas da importância de ser doador de órgãos, visando o aumento do número de transplantes no Estado.
O MP assinou, juntamente com o Via Vida Pró-Doações e Transplantes, a Federação das Associações dos Municípios do RS – Famurs, e a Fundação de Economia e Estastística, Termo de Cooperação Técnica que objetiva realizar levantamento de dados relativos à captação e à doação de órgãos nos municípios do Estado.
Conforme a procuradora-geral de Justiça, Simone Mariano da Rocha, há em torno de 2200 gaúchos aguardando por um transplante e, ao mesmo tempo, uma redução no número de doadores, conforme indicadores. “As causas dessa redução podem ser de várias ordens e não estão bem detectadas, sinalizando a relevância do levantamento dos dados relativos à captação e à doação de órgãos nos municípios do Estado”. Simone ressaltou, ainda, que além da conscientização, é necessário que se aja de modo coordenado, “articulando ações para que se tenha a efetividade e a eficácia que o tema exige”.
Maria Lúcia Kruel Elbern, presidente do Via Vida Pró-Doações e Transplantes, afirmou que o objetivo da iniciativa é contribuir para minimizar o número de pacientes em lista de espera de doações de órgãos. “Nosso sonho é ver o Brasil como é hoje a Espanha, que conta com 35 a 50 doadores por milhão de população, enquanto que no Brasil, temos 12 para cada milhão.” Já o presidente da Famurs, Marcus Vinícius Vieira de Almeida, destacou que “a intenção do Programa não é expor os municípios pelo que fazem ou deixam de fazer para incentivar a doação de órgãos, e sim, apresentar ao Estado a realidade de cada um deles para, a partir disso, traçar formas de mudar essa realidade”. Ao final da cerimônia, o juiz Carlos Eduardo Richinitti entregou à Procuradora-Geral o certificado do "Projeto Doar é Legal", do Poder Judiciário. O documento é fornecido aos doadores de órgãos e tecidos para que mostrem aos seus familiares e amigos a fim de que saibam da sua intenção.
Até às 16h, foi feito o cadastramento de 108 pessoas interessadas em doar medula óssea, com a parceria da Associação de Apoio às Pessoas com Câncer - Aapecan, Hemocentro do Estado do Rio Grande do Sul - Hemorgs e Poder Judiciário. Ficou disponível, no local, a unidade móvel da Hemocentro para a coleta de amostra de 5ml de sangue das pessoas que manifestarem interesse em ser doador de medula óssea.
Os interessados deverão apresentar-se na unidade móvel com o formulário preenchido e documento de identidade para retirar a amostra. O formulário estará disponível na intranet e internet e poderá ser preenchido também no local, com o auxílio dos servidores que estarão disponíveis para o cadastramento.