Segurança alimentar da família e melhor aproveitamento do espaço. Estes são os objetivos da horta doméstica exposta pela Emater/RS-Ascar no espaço Caminhos da Integração, na Expointer 2010. A horta, em forma de mandala, mostra como distribuir melhor as verduras, os legumes, os condimentos e as plantas aromáticas para melhor desenvolvimento conjunto e alimentação equilibrada.
Segundo o extensionista do Escritório Municipal de São Leopoldo, Marcelo Biassusi, quando plantamos apenas uma cultura num mesmo espaço, haverá uma competição, pois todas as plantas precisam dos mesmos nutrientes da terra. Consequentemente, as plantas ficam estressadas, o que faz com que adoeçam. Já quando há uma variedade de plantas companheiras dividindo uma horta, elas acabam contribuindo em vários fatores.
Um exemplo é o da couve. Ela pode ser plantada junto de cebola, beterraba e hortelã, que ajudam no crescimento e acentuam o sabor um do outro, e de sálvia, que repele pragas. Entretanto, não é aconselhável plantar couve junto de tomate e vagem, pois ambos liberam substâncias na terra que inibem o desenvolvimento da primeira.
O extensionista ainda recomenda que as culturas estejam distribuídas de forma aleatória dentro da horta. Segundo ele, no mato crioulo todas as plantas crescem juntas e são sempre bonitas e saudáveis. Enquanto as companheiras se ajudam no crescimento, as condimentares e aromáticas repelem insetos e outras pragas.
A horta doméstica exposta pela Emater/RS-Ascar é ao mesmo tempo eficaz e bonita, pois os canteiros são separados, o que possibilita a circulação de pessoas entre as culturas companheiras, e altos do chão. Marcelo explica que manter uma horta a uma certa altura é eficaz para evitar que lesmas invadam os canteiros e, no caso de um solo muito úmido, evita o apodrecimento das raízes.
Outro exemplo de horta doméstica é a de ambientes internos. No espaço Hortaliças em Ambiente Protegido, os técnicos mostram que é possível fazer hortas em pequenos ambiente ou até em apartamentos. Além do uso de vasos e floreiras, pode-se plantar verduras em hortas verticais.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul desenvolveu uma horta em cano de PVC na vertical onde é possível cultivar diversas verduras num sistema de andares. No primeiro nível, coloca-se terra no fundo e planta-se as mudas, que são puxadas para a parte externa através de furos na superfície do cano. Assim, de nível em nível, o cano é preenchido com terra e mudas para, no final, ser pendurada perto de janelas ou sacadas.