Pesquisadores do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, órgão ligado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, e da USP de Ribeirão Preto apresentaram à comunidade científica mundial um fóssil de 240 milhões de anos descoberto no município de Dona Francisca, região da Quarta Colônia, no interior do Estado. O animal, um predador carnívoro, viveu no período triássico, tem cerca de 2,5 metros de comprimento, sendo pertencente ao grupo Rauisuchia.
O artigo da descoberta, publicado este mês pela revista científica alemã Naturwissenschaften (Ciências e Natureza), é de autoria dos paleontólogos Marco Aurélio Gallo de França (aluno de doutorado/USP), Max Cardoso Langer (orientador/USP) e do gaúcho Jorge Ferigolo, do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica.
"Além de se tratar de uma nova espécie, nunca antes catalogada, não se sabia que esses animais tinham hábitos sociais complexos", explica Ferigolo, referindo-se ao fato de terem sido encontrados 10 indivíduos, dos quais nove posicionados uns sobre os outros. "São indícios de que viviam em bando e caçavam juntos, um comportamento social nunca antes identificado nesse grupo e inédito nos ecossistemas triássicos", completa Marco Aurélio, que estudou os fósseis nos últimos quatro anos. O animal foi batizado de Decuriasuchos quartacolonia. Apesar de serem muito parecidos com alguns dinossauros carnívoros, os membros deste grupo são, na verdade, parentes distantes dos crocodilos atuais.
Com apoio financeiro do programa Pró-Guaíba/BID, o material começou a ser coletado em 2001 por Ferigolo e os demais paleontólogos do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica, Ana Maria Ribeiro e Ricardo Negri em um afloramento (porção de camada rochosa que surge na superfície da terra) em Dona Francisca. A partir de agora, os autores da descoberta irão aprofundar a anatomia da espécie para nova apresentação à comunidade científica mundial.
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