Discutir as perspectivas de mercado para a liquidez do trigo brasileiro é o foco do VI Fórum Nacional do Trigo, que acontece dias 16 e 17 de maio, em Ijui. O evento conta ainda com painel técnico e palestras sobre economia e agronegócio. A promoção é da Cotrijuí, Embrapa Trigo e Emater/RS.
A produção mundial de trigo, que se mantinha acima do consumo nos últimos anos, ficou em déficit na última safra, quando o consumo superou a produção em 14,6 milhões de toneladas (produção mundial de 647,6 milhões t. e o consumo de 662,2 milhões de t.). Traduzindo os números para a realidade do consumidor, o que aconteceu com o trigo no mundo foi que o consumo per capita se mantinha, em média, em 60 kg/ano, mas subiu para 80 kg/ano em 2010. Desta forma, não apenas o crescimento da população mundial, mas o aumento da renda per capita para consumir alimentos a base de trigo são bons motivos para investir no cereal.
Conforme o agronômo da Emater/RS, Ataídes Jacobsen, o consumo de trigo no Brasil tem se mantido estável em 10 milhões de toneladas por ano, com uma produção que raramente ultrapassa 5 milhões de toneladas. O que fica difícil para o produtor entender é por que, mesmo com a demanda maior que a produção, o trigo brasileiro não consegue liquidez. Em 2010, o Brasil importou 5,7 milhões de toneladas, vindas principalmente da Argentina (57,5%), Uruguai (18%), Paraguai (10%), EUA (7,8%) e Canadá (5,9%). A importação de trigo representa um gasto para o Brasil de R$ 2,36 bilhões/ano. Para o Chefe-Geral da Embrapa Trigo, Sergio Dotto, há um descompasso entre o tipo de trigo produzido e o tipo desejado pela indústria, principalmente para panificação, que responde por 70% do consumo de trigo no Brasil. O programa do VI Fórum Nacional do Trigo está disponível no site www.contrijui.coop.br.