A Justiça Federal de Erechim está expedindo alvarás de soltura para mais 33 pessoas presas na Operação Saúde. A determinação foi dada nesta quinta-feira pelo juiz federal Luiz Carlos Cervi. Com isso, 60 das 64 pessoas que tiveram prisão decretada no início da semana em vários estados do Brasil ganharão liberdade ainda hoje.
A Polícia Federal (PF) prendeu 62 pessoas e duas continuam foragidas – Gercilio Mendes da Silva e Mario Souza Ferreira. Dalci Felipetto, que se apresentou na noite de terça-feira à Polícia, e Cássio Felipetto (filho de Dalci), que chegou à sede da PF na companhia de advogados na manhã de quarta-feira, eram os únicos que não tinham recebido os alvarás, até às 15h15min desta quinta-feira. A Justiça não informou a qual estado pertencem os dois foragidos.
Doze secretários de saúde e 30 servidores públicos foram presos na operação. Uma apuração inicial constatou que apenas um dos grupos investigados movimentou R$ 40 milhões, em 2009; e R$ 70 milhões, em 2010. De acordo com a PF, a atuação dos criminosos se dava por meio de fraude em licitações públicas. Eram desviadas as verbas destinadas à compra de medicamentos mediante falta de entrega da mercadoria licitada, entrega parcial ou entrega de produto diverso. Ou então, mediante “realinhamento” de preços (superfaturamento), ou fornecimento de remédios com data de vencimento muito próxima do seu limite.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, fraude de licitações, formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro. As penas somadas poderiam chegar a 45 anos. Conforme a PF, com base em dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE), cerca de 450 das 497 prefeituras gaúchas negociaram com as empresas de Barão do Cotegipe, no Alto Uruguai, sede de 15 empresas suspeitas de envolvimento na fraude.
A Operação Saúde desbaratou esquemas de corrupção que possibilitaram o desvio de milhões em verbas para compra de medicamentos, em seis Estados do Brasil. Segundo nota da PF, o Rio Grande do Sul teve o maior número de detidos.
Rádio Guaíba e Correio do Povo