Boa parte da violência cometida contra idosos no Rio Grande do Sul ocorre dentro de casa, tendo como agressores os filhos. A constatação faz parte de um estudo divulgado, nesta quarta-feira (15), pelo Conselho Estadual do Idoso.
A entidade aproveitou o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, para revelar estatísticas importantes: 84% dos casos de maus tratos ocorrem em casa e, 82% deles, a violência seria diária. Já em relação ao agressor, 58% dos protagonistas são os filhos. Os dados são referentes ao período de fevereiro até o final de abril deste ano.
A pesquisa destaca que a maioria das vítimas são mulheres e aposentados. Negligência, violência psicológica e abuso financeiro são as violações mais comuns praticadas contra os idosos no Estado. Para reverter o quadro preocupante, o Conselho Estadual do Idoso defende a estruturação da Rede de Atenção, como alternativa para punir o agressor e o maltrato e proteger vítima, além de promover ações de prevenção à violência. A Rede de Atenção é a articulação de uma série de atendimentos prestados aos idosos por diferentes entidades no âmbito estadual.
O Conselho ainda ressalta a necessidade de capacitação das pessoas que trabalham na área. A entidade ressalta que instituições públicas e privadas estão adotando ações de atenção ao idoso, porém, a Rede de Atenção só será viabilizada com a realização de ações integradas e complementares.
Em 2010, o Governo Federal criou o Disque Direitos Humanos, no Departamento de Ouvidoria Nacional vinculada à Secretaria de Direitos Humanos. As denúncias recebidas referente ao Estado são encaminhadas para o Conselho Estadual do Idoso para o conhecimento e possível acompanhamento dos casos.
Confira os dados sobre a violência contra idosos
As vítimas
- 84% das ocorrências são cometidas em casa
- 82% têm frequência diária
- 23% das violações são do tipo negligência, 9%, abuso financeiro e 8%, violência psicológica
- 50% têm 85 anos ou mais
- 64% são aposentadas
- 27% são casadas e 23%, viúvas
- 68% são do sexo feminino
- 27% são analfabetas
Os agressores
- 58% dos agressores são filhos (as)
- 14% são desempregados, 12%, cuidadores do idoso e 11%, são aposentados
27% são casados e 19%, solteiros
AgÊncia de notícias do Governo do Estado