Governo Estadual quer devolver Transbrasiliana para União

Secretaria de Infraestrutura faz proposta para União retomar a administração de algumas rodovias federais que são administradas pelo Estado desde a década de 80

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Redação ON

A BR 153, também conhecida como Transbrasiliana, que passa por Passo Fundo está entre as rodovias administradas pelo Estado e que o Governo do Rio Grande do Sul quer devolver para a responsabilidade da União. No pacote, também estão incluídas outras três BRs e mais duas rodovias estaduais. A proposta foi apresentada pelo secretário de Infraestrutura e Logística do RS, Beto Albuquerque, na quarta-feira (15), ao ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que deverá dar uma resposta até o final de julho. Esta medida segundo o secretário poderá ser a solução para otimizar os recursos para melhorias das estradas que efetivamente são do Estado.

No pacote apresentado ao ministro dos Transportes, estão incluídas as BRs 101 (Osório a São José do Norte), 153 (divisa de Santa Catarina até o Sul do RS, passando por Erechim, Passo Fundo e Barros Cassal), 287 (Montenegro a Santa Maria) e 470 (André da Rocha ao entroncamento da BR-290). Beto também apresentou a proposta de federalizar a ERS-118, na região Metropolitana, e a ERS-630, em São Gabriel, que apesar de serem estaduais, integram um complexo de rodovias federais, e dialogam com a Lei 12.379, de janeiro de 2011, que criou a Rede Nacional de Integração Rodoviária. Segundo o secretário, a intenção é devolver à União as rodovias que foram assumidas pelo Estado e transferir a responsabilidades de trechos que interligam estradas federais.

O Ministério do Transporte, segundo Beto, fará uma avaliação técnica e até o final de julho uma nova reunião deverá acontecer para dar ou não encaminhamento aos pleitos. “No momento que o governo federal assumir a sua tarefa, vamos otimizar os recursos nas rodovias que de fato são nossa”, destacou.

Caso a União não considere a proposta viável, o executivo gaúcho já trabalha na busca de alternativas de financiabilidade para garantir a manutenção dos trechos. “Mesmo antes de assumir, o governador Tarso Genro enviou cartas-consultas ao Banco Mundial e BNDES e muitos desses recursos irão nos ajudar nos gargalos de infraestrutura do Estado”.

Más condições da Transbrasiliana
A BR-153 é a quarta maior rodovia do Brasil, que liga a cidade de Aceguá ao Sul, divisa com o Uruguai, ao município de Marabá, no Pará. Sua extensão total é de 4.355 quilômetros, pois é a principal ligação entre os estados brasileiros. Além disso, ela passa por cinco regiões, nove estados e 126 cidades. No Rio Grande do Sul, a rodovia Transbrasiliana tem 670 quilômetros. Por ser federal, cerca de 450 quilômetros estão sob a responsabilidade do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte). Os outros cerca de 200 quilômetros estão sob jurisdição do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem.

A Transbrasiliana passa por Passo Fundo e pode ser acessada nas proximidades do posto Carga Pesada, na BR-285. Dá vasão a Erechim e é ladeada por plantações de soja, morros e mato. Porém, ao invés de ser uma rota alternativa para quem precisa se deslocar aos municípios vizinhos como Coxilha ou Sertão, acaba sendo ponto de desmanche de veículos e rota de fuga para criminosos. As más condições da estrada obrigam os motoristas a andar na velocidade média de 40 quilômetros por hora.

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