Das baias às pistas de julgamentos, a Expointer registrou diversos momentos marcantes nas 34 edições do evento. Nas mais de três décadas de Feira, muitos participantes cravaram seus nomes na história do Parque Assis Brasil e no Parque da Redenção, onde ocorreram os primeiros encontros do agronegócio. O trabalho desses heróis é reconhecido por aqueles que enfrentam as duas semanas de exposição em Esteio.
Manoel Azambuja de Azambuja, criador e expositor de 86 anos, lembra que um dos pontos altos do evento foi no Parque da Redenção: a montagem do primeiro estande. "Foi na época dos criadores Arno Brauner e, depois, Mario Mendes de Mattos, dois visionários que, em 1965, montaram uma barraca e fizeram o estande do Gado Jersey. Não era nada do que temos atualmente, mas foi muito importante e criou um ambiente agradável para todos os que estavam expondo."
Azambuja, que viaja de Bagé a Esteio todos os anos para participar da feira, diz que a mudança da sede de Porto Alegre para o Parque Assis Brasil foi polêmica. "Muitos falavam: vai sair da Capital e ir para uma granja de arroz. Mas pelo crescimento se fez necessário. Hoje acho que foi bom fazer esta mudança", afirma. Azambuja se emociona, ainda, ao recordar de outra estrela da feira, João Salvador Jardim, que foi presidente da associação de Jersey em 1973 e que intermediou para o criador a importação de vacas da Inglaterra.
Já o tratador de ovelhas Carlos Alberto Camargo, de 54 anos, gostava quando a feira ocorria em Porto Alegre. "Era muito bom porque ficava no centro e tinha bastante público, aqui também tem, mas lá parecia que era mais constante. Eu gosto do movimento e para mim os heróis da feira são o público, porque a gente que vem lá de fora e só trabalha com os animais, quando vem pra cá quer ver o público."
O criador, expositor e veterinário, Clairton Marques, de 67 anos, revela que seus ídolos da feira são muitos, vão desde políticos a uma das raças de ovinos. "Político foi o Luciano Machado que trouxe a feira para Esteio. Ele foi fantástico, pois onde estava atendia mais a demanda que aumentava constantemente, e ele, como secretário de Agricultura da época, teve coragem de mudar, mesmo sendo contestado por uma gama de criadores. Além disso, a Raça de ovinos Texel é outro ídolo que tenho, pois teve uma evolução marcante e, hoje, ela está presente no Estado. É a raça que veio com as importações iniciais da primeira feira internacional", avalia Marques.
Os heróis da Expointer não se restringem aos criadores. Carlos Alberto, locutor da rádio Tchê de Alegrete, participou de todas as feiras no Parque Assis Brasil e destaca um dos momentos marcantes para ele: "foi quando o movimento dos sem terra tentou invadir a pista de eventos e uma turma de cavaleiros foi ao encontro da manifestação. Acontecia algo tão difícil, que ficava até difícil de explicar para o ouvinte. Ainda bem que houve bom senso e o movimento saiu."
Carlos Alberto ainda recorda de um dos seus heróis: "o falecido e grande cabanheiro Macedinho." O locutor diz que ele foi uma pessoa fantástica e marcou a história da feira, pois conhecia as raças, era simples e integrava uma das famílias mais tradicionais da pecuária do RS, além do carinho que tinha por todos do evento", falou emocionado, completando com uma das famosas frases de seu ídolo: ‘O conhecimento de gado é uma arte .
Ídolos desenham a história da Expointer
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